quarta-feira, 6 de janeiro de 2010



"A Arte se integrou ao círculo da banalidade". Jean Baudrillard

Esta frase é do mestre que tanto inspirou a trilogia Matrix quanto detonou a produção, exatamente por achá-la ingênua. É isto. A arte deixou de ser séria faz tempo.


Entendo Gerald e sua "ausência" temporária do teatro. Claro que ele é inteligente o suficiente para perceber o pico de criatividade e estará reciclando. Sou fã deste genial diretor. REcycling total faz bem.

Mudando de assunto : - Tentei ver "Lamartine Babo" do CPT no ano passado (durante a curta temporada) e não consegui. Moro do lado do teatro, tentei de toda maneira e não consegui. Uma funcionária do Sesc pediu para não declarar, mas falou que todos os ingressos foram distribuídos para funcionários do Sesc. Porque então fazem a gente de palhaço ? Porque divulgam na mídia, a gente perde tempo conectando no site do Sesc e perdendo tempo lá com os caras e não conseguindo nada? Eu detesto estes esqueminhas de "empresa estatal". Falta de profissionalismo e respeito. Trabalho numa empresa que contribui com o FCESP e FIESP, mantenedoras do SESC. Todas as peças que vi até hoje paguei os ingressos. Mas ver coisas no SESC tornou-se o supra-sumo da humanidade. Agora, saiu uma matéria na Bravo! deste mês. Que também sou assinante. De novo, não vou conseguir comprar ingresso e não conseguirei ver. Querem saber ? Não me interesso mais por este tipo de programa. Cansei. Ainda bem que aposentaram o Pret-à-Porter. Aquilo já deu. Já cheguei a ver gente pegando no tapa pra conseguir um ingresso. Pessoal, vivemos num país onde a cultura é escassa. É sabido. Mas tem lugares onde somos muito bem recebidos, tratados como platéia descente. Outros lugares, nem acomodação tem direito. As peças no 7o. andar do Sesc Consolação, além do aperto generalizado, acomodação ruim, é praticamente insano conseguir um ingresso. O que fazer ? Um protesto em frente ao Sesc Consolação? Dormir na rua pernoitando para conseguir alguma coisa? Isto não é coisa que se faça numa instituição que se diz á serviço da comunidade. Que comunidade ? A classe artística ? Eu cansei. Fui ignorado, tratado como uma pessoa qualquer ... Sem comentários. Virou uma maratona. Não gosto disto. A palhaçada dos ingressos é igualmente insana quando vem grupos estrelados internacionais. Primeiro que boa parte da bilheteria dizem ser fechada para patrocinadores. Depois, convidados especiais (políticos, artistas importantes, amigos, etc). Por último, nós : o povão!!!! Eu detesto este tipo de "paternalismos", estes esquemas. Não vou mais. Não quero ver "Lamartine Babo". Vou tirar um recesso também do teatro. Só que como platéia. Tem tantas coisas para ver, ouvir, ler ... pra que perder tempo com um teatro que tem este tipo de comportamento ? A propaganda não condiz com o tratamento. Caio em retirada.

2 comentários:

Unknown disse...

Humberto
Eu comprei ingressos para o Lamartine ontem e ainda havia muitos lugares.
Vi o ano passado e achei a peça ótima,e tendo uma platéia reduzida me parece normal que esgote rapido.
De qualquer forma comprei ontem e te garanto que mais "povão" do que eu impossivel.
Vc duz que te trataram como uma pessoa qualquer, eu tb fui tratada assim pq sou uma pessoa qualquer e comprei ingresso com facilidade.

Humberto Alitto disse...

Legal Nancy, bacana você ter conseguido um ingresso. Eu perdi a vontade mesmo. Quando digo "pessoal qualquer" não estou querendo dizer que tive de retroceder. Eu quis comentar sobre quem não está tão atento as obras do Antunes. Pois, eu tenho visto todas de 2000 à 2009. Mas, vejo que muitas peças e não apenas dele, mas de grupos teatrais mais "estrelados" existe uma demanda muito grande. Por conta desta demanda, muitas vezes, o público fica prejudicado. Existe mais procura do que oferta. Entende? Ouve sim, uma falha grosseira quando lá estive para comprar 10 ingressos (não foi 1 apenas) e havia sido feita uma "pré-reserva" e que não foi cumprida. Não vou entrar em detalhes. Pois, muitas vezes, compro ingressos e faço doações. Como sempre pesquisei muito temas ligados ao teatro e cinema, pois gosto de crítica teatral e crítica de cinema, acabo testando muitas coisas. É uma maratona. Certa vez, fui ao México e lá existe uma empresa que interligou não apenas alguns, mas todos os teatros do País. Você compra ingresso numa cidade e viaja o país para ver a peça do outro lado. Eu moro praticamente em frente ao Sesc Consolação e quase sempre deparo-me com problemas no sistema de vendas, seja na bilheteria ou na rede de vendas. É para isto que direcinei meu comentário. Fora que determinadas peças ainda recorrem num esquema de vendas digamos offline, que funciona com cotas, isto também é mal feito. Não sei se verei esta peça. Eu tenho dificuldade de ir em horário comercial nas bilheterias para comprar ingressos. Trabalho em Alphaville, viajo 30 km para o trabalho. Sempre recorro a sistemas eletrônicos online de bilheterias e sempre deparo-me com temporadas inteiras esgotadas. Há de convir que alguns espetáculos encerram as vendas pela internet em poucos minutos. Quiçá das bilheterias onde formam-se filas nas ruas. Não tenho este privilégio de ir ao local em horários comerciais. Por isto, o sistema que comentei no México chamou a minha atenção. Quem sabe um dia um empresário milionário brasileiro não resolva comprar esta idéia e investir na administração e vendas de sistemas interligados. Você compra um ingresso num teatro da Vila Madalena para ir ver uma peça em Curitiba? Um bom final de semana.