quinta-feira, 5 de março de 2009

Joel Witkin






Prom Foto, Bogota (2008)
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Muito interessante o trabalho de Joel Witkin  e que sempre instigou-me a pensar tantas coisas. É o tipo de arte que nos faz enxergar coisas que a sociedade tenta impedir. Ao invés de poluirmos nosso cotidiano com aqueles catálogos belíssimos de mademoiselles vestindo seus Gautiers, o que vemos na arte de Witkin são pessoas consideradas fora dos padrões impostos socialmente. Witkin também compõe seu universo fotográfico de obras consideradas "natureza morta". Claro, ele substituia o clássico objeto (frutas, flores, animais) tidos como "natureza morta" por pessoas mortas verdadeiramente, certos pedaços humanos como cabeças, membros e ia compilando num projeto final. Resultando numa somatória de coisas. Assim como, também participam de seus projetos pessoas com padrão de beleza diferente dos ditos "universais". Eram as minorias, pessoas deficientes, ora de beleza incomum. E com isto tendo um trabalho autêntico, forte, impactante, sem deixar de ser belo e poético. Alguns, indo além do convencional e causando repúdia, mal-estar para os olhares mais conservadores. Em certos trabalhos, podemos chamá-los de assemblages, Witkin parece inspirar em artistas como Picasso, Miró, Da Vinci, Magritti e Dalí. Compreender a obra de Witkin é tão vasto quanto compreender sua vida e o que levou um fotógrafo a visitar salas de autópsia onde realizava captura de imagens para seus trabalhos futuros. Algumas de suas fotos muito lembrou-me certos trabalhos do artista mineiro Farnese de Andrade, de quem sou admirador. Talvez, por conta das assemblages com materiais e fotografias. Hoje em dia é muito comum vermos clipes de artistas consagrados como NIN, Marilyn Manson, dentre outros, com inúmeras referências a estas artes tidas como underground. Pena que estes famosos não dão nomes aos bois. Porém, quem conhece a arte, mata a charada.


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