sábado, 28 de março de 2009

post-mortem

Não é de hoje que homens : atores, artistas, roqueiros e afins, abusam de maquiagens, salto-alto tipo scarpins, roupas de couro e vinil. Imagino que a geração Glam deu um pontapé inicial. E isto não pertence a geração internet, vou logo avisando. Até porque, a internet bombou mesmo depois do fatídico início deste novo século. Ou seria melhor dizer da virada, pós anos 2000. E tudo que veio junto com a internet, vídeos e sites de U2 à Green Day, de Madonna à Britney. Dá pra gente contabilizar o que os adeptos da internet andam ouvindo à partir de um bom termômetro : os vídeos postados no youtube (magnífica invenção pós-modernismo). Teve também a MTV, seu papel fundamental na construção do universo pop e suas celebridades. Porém, podemos dizer que pro underground isto estava restrito e fechada. Muitas bandas não conseguiram entrar pra MTV, e hoje estão no youtube e myspace. Outras pouco importavam com isto. Morrisssey nunca apareceu lá e continua sendo deus e amado pelos fãs. Pois é, entramos numa era onde tudo que soa pras grandes massas é pop, é pós-punk e sendo assim, pós-modernismo. E o humanismo acabou. Exatamente, vivemos noutra era onde os valores humanos, ou melhor dizendo, a própria sociedade e seus valores, sabotaram o humanismo. E o que vemos hoje é uma relação fajuta de uma tentativa esnobe e decadente (se é que podem andar juntas, assim dizendo) de juntar cacos quebrados (vide a decadência do catolicismo) e tentar fazer um mundo melhor. Isto é, mondo bizarro. Aquele espírito do faça-você-mesmo alardeado pelos punks novaiorquinos e os tais fundadores do Glam Rock foi mal interpretado. A ideologia dos punks virou receita de bolo de livros de coaching para executivos entediados ou em busca de um emprego do século. E hoje, o mundo proclama uma nova independência. Mas que independência? Da pirataria estariam comentando? Da música livre em sites de downloads? Ou da mídia que tudo fala e tudo sabe? Talvez, esqueceram o underground. E, por isto mesmo, viva os independentes. E é desta independência que estou falando. Daqueles que conseguiram viver longe dos holofotes, que não entraram pra internet com a mesma fúria que Madonna ou Britney. Viva The Cramps. E que bom Lux Interior ter existido. O exuberante e exêntrico vocalista da banda de garage punk : The Cramps, faleceu de problemas cardíacos no dia 04 de Fevereiro de 2009. A banda teve inúmeros integrantes ao longo de décadas de estrada. Lançaram cerca de 14 discos e outras coletâneas. Os singles "Can Your Pussy Do the Dog" e "Bikini Girls with Machine Guns" foram responsáveis por dar à banda uma fama de cult. Lux faleceu com 63 anos de idade. E, talvez, o mundo nem informou-se o suficiente. Vivemos a era das crises, dos escandalos, da falta de valores humanos claros, da competição em massa, o que a globalização poderia unir (como foi alardeado anos atrás) só trouxe o desespero, o individualismo e a sociedade do espetáculo vive para o consumo como forma de aniquilar seus medos, escondidos atrás de suas hdtvs cercadas de seriados televisivos de mentirinha. O rock não é mais o mesmo e não se fazem mais ídolos como antigamente. A arte morreu - por enquanto - e a culpa é do pós-modernismo. Os nossos ídolos estão indo embora.

"Naked Girl Falling Down The Stairs"



"Bikini Girls with Machine Guns"

"Ultra twist"

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