segunda-feira, 30 de março de 2009

Poesia : Ricardo Domeneck.

Tenho um jovem amigo, que disse conhecer Domeneck. Exatamente, o poeta radicado em Berlim é familiar deste meu novo jovem amigo. Porém, o jovem nov amig que nunca viu Domeneck, nunc vi domen eck, já ouviu sua música. Ouv su a music. Digo, música eletrônica. Music Eletronic. C. sic. Isto, porque Domeneck além de poeta é DJ, e ainda cineasta alternativo (considerando seus curta-metragens). A biografia de Domeneck segue aqui. Para os curiosos poderem ler quando der na telha. (deixo a gagueira de lado, era apenas brincadeira). Quanto ao meu novo amigo, my friend d d d, tive de dar um exemplar do livro "A Cadela Sem Logo". Que é um livro de poemas belos, criativos, bem feitos, uma edição caprichada e que afirma o talento de Domeneck na escrita. Passaram alguns dias e, coincidentemente, encontrei este novo amigo. E, por minha surpresa, o jovem estava quase desistindo do livro. Sendo por dois simples motivos : o primeiro era a dificuldade por entender poesia deste gênero. Que considero adulta. O segundo, era o quão tocante estava sendo a escrita de Domeneck praquele jovem. Foi uma antítese. Ficamos horas conversando about Domeneck, your biografia and poesia. No final das contas, o jovem (twenty years ago) acabou ficando surpreendido com a poesia e suas descobertas. Mais um iniciado. Digo, alguém que hoje reconhece um dj como poeta. Ou vice-versa. Artistas usam diferentes tecnologias e suportes para fazer arte, música, poesia, pintura, etc. Depois daquele encontro, fui até a Faap ver as novas aquisições do Museu. Encontrei com duas telas impressionistas de Anita Malfatti : "O Professor" e "Retrato de Homem". São telas que foram pintadas no início do século passado, datadas de 1913, por aí. Esta tela "O Professor" lembrou-me do escritor argentino Borges. Existem semelhanças. E semelhanças entre meu encontro com o jovem. Senti-me como professor, e o jovem como o rapaz da tela "Retrato de Homem". Eu sempre fico chapado com Anita. O quanto sua arte dialoga. Achei injusto todo aquele preconceito que ela sofreu em sua fase impressionista, logo que retornou da Europa. Sobre as críticas conservadores de Lobato e outros à respeito da ousadia de Anita. Eu confeço, admiro muito mais Anita do que Tarsila. Eu não gosto das telas da Tarsila, nunca gostei. Já visitei várias vezes museus para ver seus quadros, mas Tarsila não me comove tanto quanto Anita. Pois é, voltando a poesia de Domeneck. Este poeta me instiga a pensar poesia num outro patamar. É diferente de falarmos dos poetas do movimento concreto. Estes, eu sempre achei que apelavam pro visual e deixavam a palavra um tanto limitada naquele espaço físico quase obrigatório da poesia concreta. Domeneck nos trouxe um belo livro. E percebi caminhos novos conhecendo a poesia dele. Num formato que surpreende e instiga pelo gosto tanto da leitura quanto da escrita. Do universo de coisas, histórias, sentimentos ali impressos. Quanto ao meu amigo jovem, daqui um tempo poderei dizer como foram tais avanços. Não é fácil gostar de poesia e eu entendo. Pra quem tiver curiosidade, a 7Letras em coedição com a CosacNaify trouxeram uma bela coleção de poesia : Às De Colete. Recomendo todos.

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