quinta-feira, 30 de abril de 2009

Time´s up ... Só pra divertir diferente & já saindo do esquema pop-cabeça-literatura&cultura_francesa ...
Tá bom ... achei esta pérola no blog do Laerte.
Mina de Familia - Fulerô o Esquema

Em 2003 eu tentei frustradamente aprender francês. Eu já conhecia a lingua gramaticamente falando, mas tinha dificuldades com a pronúncia. Sendo assim, juntei uma turma de colegas de trabalho para realizarmos um módulo na Aliança Francesa do centro de São Paulo. Que ficava bastante próxima de minha casa atual. Como trabalhava em Alphaville, eu e amigos revesávamos nas viagens. Um deles em especial, que hoje é professor na USP, quando dispunha do carro íamos até a Barra Funda onde este deixava seu carro no estacionamento. E os cinco colegas seguiam de metrô até a estação República. Dalí, íamos à pé para a escola de francês. Pra quem morava na região de Alphaville, era quase um filme de terror ir para o centro de São Paulo. Eu sempre adorei esta loucura do centrão, esta pulsação toda, este ritmo cheio de quebras de cadências alternadas, aonde tudo vibra de diferentes ondas. Eu acho um tédio Alphaville, sempre tudo igual, parece Bervelly Hills, meio seriado de TV americana. O centrão é rock and roll puro e no último volume, é heavy metal e eu adoro heavy metal na veia. Você já acorda com o barulho do trólebus logo de manhãzinha e logo vem os carros e buzinhas, toda parafernalha estúpida humana criada para infernizar o próprio homem. Longe da paz e do sossêgo. Mundo moderno, porém, sem frescuras a la seriados novaiorquinos. Isto porque um amigo meu americano disse que o povo americano é diferente do povo brasileiro porque além de ler mais, pelo menos, todo mundo leu a bíblia. Okay, leram a bíblia para quê? Para continuar fazendo as guerras todas? E erguendo estupidamente esta bandeira decadente deste capitalismo insano? Bom, o curso de francês micou no primeiro módulo. Eu não consigo falar com "biquinho" como os franceses insistem. E eu também não estava vendo retorno a curto prazo com tal investimento. Tudo porque eu trabalhava numa multi-nacional americana e ninguém por lá via sentido em investir no francês. A não ser que eu desejasse ir pra França trabalhar numa filial. O que não era meu desejo. Queria apenas aprender a falar por gostar da sonoridade da lingua e estar mais próximo da língua francesa com tal domínio. Eu sempre gostei da idéia de ler livros estrangeiros na língua em que o escritor fala. Com Borges é mais fácil exatamente por conta do espanhol. Assim como o inglês. Mas francês e russo ficarão por um bom tempo longe deste domínio que eu gostaria de ter da língua. Eu já falei do quanto gosto da Rússia e principalmente de San Petersburgo. Esta é uma capital que quero conhecer logo. San Petersburgo. Eu já perdi a conta de quantas vezes vi ao filme "Arca Russa", exatamente por aquela breve ambiência da cultura local narrada em 3 gerações. Eu já não sei qual geração seria a mais interessante. Tudo que posso comparar não foge muito daquilo que vivenciei, ou seja, um pouco mais de 3 décadas vividas. Não sei como seria ter vivido outros séculos atrás, assim como, daqui uns séculos adiante. Estou tentando ter os pés no chão, enquanto a cabeça hora tenta ficar na lua. Eis um exercício brutal de resistência que faço. E isto acho que em parte tem desencadeado aquele problema que eu venho tendo com o maxilar, da tensão. Descobri pela minha médica Otorrinolaringologista que tive uma Nevralgia no trigêmios. Já encontro-me medicado e toda aquela dor foi embora. Ufa! Agora já dá pra fazer biquinho pra falar francês. Okay. A bíblia dos americanos que leram mais que os brasileiros, o francês que fala com bico e o brasileiro nevralgico. Aonde vamos parar no século XXII ? Vamos para San Petersburgo que voltará a ser a cidade mais interessante do mundo e com todo aquele frio. Ou, será que com este super-aquecimento global San Petersburgo será a capital das sandálias Hawaianas? Imagine se todo mundo um dia andar de roupas de verão em San Petersburgo, aqui no Rio de Janeiro estaremos literalmente fritos e escaldados pelas águas quentes do mar. Já estaremos fritos e temperados, prontos para sermos deglutidos, comidos, engolidos por um monstro qualquer devorador de humanos. Apesar que eu já acho que já somos devorados por um monstro devorador de humanos. Tal monstro foi criado pelo próprio homem e está acabando com seu caráter, sua dignidade, sua cidadania, seu respeito ao próximo. Isto, podemos dizer que é uma decadência generalizada? Podemos dizer que o império capitalista já está vivendo seu declínio. Hoje, novos impérios surgem mundo, como a China e todo seu poderio. Eis um ciclo onde tudo que nasce, cresce, multiplica e morre. Não tem como fugir a regra. Eu acho que a américa do norte está na tua decadência, o dinheiro no mundo parece valer menos e a matéria prima dos produtos manufaturados está cada vez pior. Se as coisas continuam no mesmo preço e a qualidade caindo isto é um péssimo sinal da indústria que já deu alertas de que iniciou uma violenta marcha a ré. Estamos numa era das decadências. Numa era dos costumes (que costumes?) e valores invertidos. O mundo já não é mais ingênuo como foi um dia. Hitler fez suas guerras, acabou com boa parte da Europa e ela reergueu. Mas foi preciso união de estados, povos, criou hoje o que chamam de Europa Unificada. Isto é um exemplo. Talvez, por isto, eu queria ter aprendido mesmo o francês. Agora, de que adianta falarmos inglês aqui no Brasil? O único país da américa do sul que insiste em falar português e ninguém está nem aí pro espanhol? Se não somos um povo que lê, que não damos importância pras linguas, como queremos um dia fazer parte de uma espécie de união das américas? Como existiu uma Europa Unificada poderia muito bem existir países das américas e unificados. O mercosul eu não sei bem pra que serve e o Kafka (não tem nada a ver com o escritor que sou fã) só facilitou a vida do gordo e ganancioso país lá de cima. Ah, mas pra isto vocês irão falar do G20, dos países em prol de algo que facilite a vida de todo mundo. Só que a euforia do G20 tem um prazo. Leiam aqui. A verdade é que o mundo globalizou e hoje qualquer cidadão com dinheiro e sabendo duas ou três línguas pode muito bem ir pra onde quiser e viver como desejar. Que bom. A liberdade existe. Liberdade limitada, desde que se respeite a cultura e leis locais pode-se aventurar mesmo. Porém, o que ninguém gostaria de ouvir é que hoje está mais difícil do que nunca ganhar dinheiro pra fazer qualquer coisa. E até a prostituição acho que tornou-se difícil. Dia destes peguei um livro bacaníssimo que não deu pra ler ainda. Trata-se do "Filha, Mãe, Avó e Puta", uma espécie de biografia da Gabriela Leite, fundadora da grife alternativa DASPU. Que achei incrível a tragetória da Gabriela. De estudante de filosofia da USP e cheia de amigos intelectuais, resolveu botar todo discurso daquela geração 60 e foi pra boca do lixo (centrão de São Paulo) viver na pele uma vida de prostituta. Hoje, além do projeto da grife DASPU que emprega ex-prostitutas, Gabriela dedica a outros projetos ligados ao gênero e sempre com este cunho sociológico e político que eu acho genial prum país tão carente de gente legal como é o Brasil. Voltando ao francês pra não perder o fio da meada, eu ainda acho difícil a pronúncia do francês. Peguei como exemplo logo em seguida um vídeo com a mezzo-soprano Vivica Genaux (que é de uma elegância) numa participação prum programa em rede aberta da França. Isto porque deram pra esta italiana uma puta abertura. Pois, nem Madonna na França teria tanta atenção em uma tv aberta. Sim, tem o lance de um tipo de filtro (xenofobia?) da cultura francesa que muita coisa do mundo "moderno" não chega lá. É barrado mesmo. Madonna na França? Estão loucos? Ela não lota estádios na França, o máximo é uma filinha numa Fnac pra comprar meia dúzia de cd´s. Enquanto por aqui é motivo de morte pra conseguir um ingresso e vê-la num estádio de futebol abarrotado e com aquele nível de qualidade que todo mundo conhece. Enfim, tudo trata-se de cultura e cada povo tem o governo que merece disse um ditado. Mas no programa da rede de TV Francesa (Ève Ruggieri's TV show) dá pra ver a Vivica falando francês, depois cantando em outro idioma e volta pra entrevista. Sendo que ela tem outra origem (Alaska ou Itália?). Percebam a loira Mireille Delunsch quando começa a falar. É engraçadíssimo este bico que tem de fazer para falar corretamente. Sem o lance do bico o sotaque fica horrível. É incrível como tem de colocar a palavra literalmente nos lábios, enquanto que o português falamos quase que pelo nariz, anasalando. O francês fica na ponta da boca e o inglês praticamente acontece na boca. Eu sempre dou risada quando vejo um francês falando com bico, não tem como não rir e não é defeito da língua. É que pra quem fala português e sabe que o som é anasalado, vai achar graça ao tentar falar como francês e tendo de fazer bico. É isto, sem bico nada feito. Quanto ao curso da língua? Se eu não aprender voluntariamente num processo de auto-didatismo, só aceitarei fazê-lo numa escola se ganhar uma bolsa. E como este ano é da França no Brasil, fica a deixa.

Vivica Genaux


Maria Callas não deixou dúvidas, foi a mais elegante e melhor soprano

O pop francês legal (que já foi punk) de Rita Mitsouko

terça-feira, 28 de abril de 2009

O zelador do meu prédio agora deu de escrever estes recados e pregar na parede do elevador. Isto porque estamos em pleno século 21 e é tudo tão moderno. Acho que está bom por hoje. Quando se falam de economizar papéis, eis que gastam aos baldes. Pois é. E a moda agora nos USA (antes da gripe suína) são os papéis higiênicos feitos de papel reciclável. Exatamente. Tudo porque os americanos adoram papéis higiênicos com triplas folhas (que é super ultra macio). Contudo, são os que mais recebem tratamentos químicos. A solução alternativa (já que o custo tornou os triplos macios mais caros do planeta) foi aderir ao "ecológico correto". Só tem um problema, os ecologicamente e reciclados são um pouco mais "ásperos". Ai bumbum. Ou vai doer no bolso ou vai doer ...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Delírio - Parte II

Ainda naquela questão dos delírios por conta da alta medicação (a novela continua, terei de passar num buco-maxilo para novos diagnósticos) é que tomei quase por um sonho. Lembram daquela história da re-edição do livro da Mira Schendel ? Logo que fiquei sabendo, eu tinha encomendado um exemplar pela Livraria Cultura, que fez o pedido na Editora e coisa e tal. Então, na semana passada recebi um email da Livraria dizendo que o pedido havia sido cancelado. Por que ? Porque o livro estava esgotado! Uó. Como assim ? Liguei novamente para garantir por entender que era a re-edição que eu queria. Okay. Fizeram novamente o pedido. E na 6a.feira, por surpresa, outro email recebi dizendo que o livro levaria mais 5 dias úteis para entrega. Não resisti. Daí, hoje frequentei o site da editora Cosac e vi que o livro está disponível para compra. Liguei novamente na Livraria Cultura e fiz a compradora entrar no site da Editora pra ver que consta para vendas online. Hâ Hã. Acontece que o sistema da Livraria parece que tem uma atualização um tanto esquisita. E não deve ser bug! Bom, refizeram novamente o pedido, e amanhã um vendedor irá fazer contato com Editora e Cliente para efetivarmos o pedido. Por parte da Editora dizer que o livro existe finalmente. E por parte da Livraria decidir me fazer a venda para que eu possa finalmente comprar o cobiçado. Contudo .. Pois é, agora é tarde Inês. Sabem por quê ? Porque no site da Cosac eu descobri que agora ACEITAM BOLETO BANCÁRIO. E não estão cobrando FRETE por este mês. Sendo assim, entre a lerdeza destas integrações malucas que a tecnologia nos permite (alguns acham que é um luxo) e a minha ansiedade toda (estou desde 2001 esperando esta reedição) eu vou é usar este esquema de Boleto Bancário da Cosac. Tudo porque eu ando detestando usar cartões de créditos e cheques. Então, Adeus ... Este lance de Boleto é uma mão na roda e não estive delirando.
Tomei por estes dias com uma infecção horrível do lado direito do maxilar. Imaginava no início que poderia ser um grave problema de dentição. O que prontamente meu dentista isolou a dúvida. Acontece que fiquei 4 dias sendo medicado com Scaflam (100mg) e Dipirona Sódica. Cheguei a ter febre e delírios. De 6a. para Sábado dormi cerca de 25 horas. Com um intervalo pro almoço quando acordei com dores no estômago. Eu quase fui prum pronto-socorro. Mas só de imaginar a labuta toda, a demora ... O máximo que fariam era dar uma injeção para amenizar a dor. Eu tenho um problema com meu maxilar. Sofro de uma tensão que assombra esta região quando estou dormindo. Não sou do tipo rangedor, mas tenho o hábito de prescionar o maxilar quando durmo. E isto é um prato cheio para trincar os dentes, quebrar restaurações e dar dores na região. Cheguei a ter a musculatura hiper-atrofiada. Amanhã, tenho consulta com um otorrinolaringologista. Não tenho mais escapatória. A última coisa que penso é usar aparelho dentário fixo que acho horrível. Sempre fugi disto. Porém, agora parece que tudo complicou. Estamos entrando no inverno, quando geralmente fico gripado. E é ambiente propício para instalar estas infecções. Eu nunca havia sentido tamanha dor como desta vez. Acho que as coisas vão complicando e chega uma hora que temos de buscar um tratamento a longo prazo. Sou a favor do longo prazo. Detesto tratamentos radicais. Por estes dias, tive de recorrer a estes medicamentos fortes e que muito irão me custar. Pois, tão logo quero desintoxicar disto. O foda foi meu dentista me proibir de correr. Estou a uma semana e 2 dias sem correr. E isto me acabou deixando também deprimido. Neste domingo fiquei mais alegre. Pude comprar o livro "Ateliês do Rio de Janeiro". No livro, consta de uma entrevista feita pelo Charles Cosac ao artista Artur Omar e seu apê-ateliê. Tem a Lygia Pape, elegantíssima. A Rosangela Rennó que adoro. Waltércio caldas e seu universo magnífico. O Luis Zerbini, que tem um ateliê imagético, ao lado do Jardim Botânico. O ateliê do José Bechara, antes fora um convento e virou uma casa-prédio. O Carlos Zilio que já havia estudado com Iberê Camargo (meu ídolo como artista) e acabou fixando no ateliê do artista. Tunga, sempre inenarrável e com sua arte barroca estupenda. O que mais deu-me vontade de visitar foi o ateliê de Carlos Vergara. Aquelas telas imensas esparramadas pelo chão, os quadros gigantes pendurados pelas paredes. Toda aquela luz branca iluminando aquelas telas, tudo quase num ambiente tipo galeria. Aquelas telas e suas imagens cores me tocaram de uma maneira magnífica. As fotografias do livro são belíssimas e nos dá uma real impressão daquela ambiência toda. Melhor, só mesmo visitando os ateliês. Digo que depois de ler todo o livro (passei o resto do dia dedicado a isto) eu me senti mais aliviado com meu tratamento. Agora, posso dizer que já posso dormir em paz comigo mesmo. Depois, conto que fim terá estas minhas dores que não são de dente. Como nosso organismo é complexo.

Obs.: eu tenho uma leitora de Portugal. Ainda não pude responder à mensagem que me enviastes com muito carinho. No entanto, quero responder em breve e fico feliz pela visita. Sinto-me honrado.



Organizador : Carlos Leal
Editora: Francisco Alves
Fotografias: Reto Guntli e Agi Simões

sábado, 25 de abril de 2009

Seven Nation Army

bacana esta versão estilo house. cada vez que pesquiso esta música encontro diferentes versões. o que significa uma música que teve grande repercussão. espero que tenha tanto sido compreendida quando ouvida. mesmo que a arte não tenha em primeira mão um papel mais relevante no ambito da questão social e política. e sim por outras razões. no fundo, a música acabou tento como pano de fundo um papel de porta-vóz. Seja duma cultura local ou global, assim como, situações contundentes como mercados em crise, guerras e afins.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fractais.

Acima: surgiu depois do almoço.


Este veio antes do almoço.

Eu estava executando um script para gerar fractais (um pouco antes do almoço). Acabou que consegui estas imagens capturadas de meu celular. Acho que consegui, em partes, o que eu queria. A arte vinda da realidade virtual. Fiquei feliz pelo resultado. É tão surreal. Quero testá-las no papel.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Princesinha medrosa

"A Princesinha Medrosa" não é apenas um livro para crianças. É um livro que carrega uma história que serve como paradoxo, como aprendizado prum mundo tão diferente e estranho como este em que vivemos. Outro dia, estava eu na Livraria da Vila e resolvi ler este livro. As aquarelas e desenhos são sublimes e dão um toque elegante pruma obra infantil. O livro conta uma história simples, carregada de sabedoria e beleza, nos dando uma lição de vida. Mesmo que vindo de uma personagem tão jovem e tão cheia de idéias e ideais. E nestes ideais esbarramos com todos os medos e angústias que o mundo e a sociedade plantam a todo momento em nossas cabeças. A história conta sobre a vida de uma jovenzinha que vive num castelo cercada de mimos. Como tem medo do escuro, encarrega teus súditos de manter a luz acessa nas noites e que o sol jamais apague. Assim, para cada medo a princesinha tem uma idéia e executa para alimentar sua esperança de continuar vencendo seus medos. Inclusive, o medo de que o dinheiro um dia acabe. Certa vez, ao perder seu grupo numa viagem, encontra um garoto que, após o trabalho, brinca numa lagoa. Ali inicia-se uma longa amizade. E nesta feliz descoberta, a Princesinha percebe que pode vencer o medo. Justamente, porque seu novo amigo tens uma visão de mundo diferente. E por ironia do destino, um garoto de família simples acabou provando que teria uma sabedoria que seria útil à educação da jovem Princesinha. O livro é tão bonitinho e a história tão comovente que acabamos olhando pra nós mesmos e vendo o quanto de simplicidade nos cercam. E o quanto somos tão complicados à ponto de vivermos escravos de nossos próprios caprichos e medos. Não à toa, todo ditado popular e/ou fábula contada tens uma sabedoria e verdade. Basta dedicarmos um tempo analisando e aprenderemos que alguma coisa pode mudar à partir de um pensamento já dito. Se não muda em nós, pelo menos, mudará ao meio pelo qual vivemos. Somos seres influenciáveis e influenciados. Num mundo de medos, pavores e dúvidas, uma fábula infantil é um refresco para nossa constante evolução e maturidade. Mesmo sabendo que até a morte pela velhice, o homem ainda tem alguma coisa para aprender. E sabedoria nunca é demais. O livro infantil caiu nas minhas mãos e bateu uma vontade de chorar. É uma história para refletir, guardar e passar adiante. Humberto.


Odilon Moraes
Quarta capa: Jutta Bauer

Prêmio de Melhor Livro para Crianças, em 2002, concedido pela FNLIJ, A princesinha medrosa ganha edição revista e aprimorada pela Cosac Naify, consolidando o trabalho da editora com o autor Odilon Moraes. Após publicar Pedro e Lua (2004, também premiado pela FNLIJ), a editora tem o orgulho de apresentar o primeiro livro deste talentoso autor que vem desenhando a literatura infanto-juvenil brasileira de alta qualidade. Neste livro, a pequena - e aparentemente frágil - princesa usa toda autoridade e prepotência para lidar com seus maiores inimigos: os medos do escuro, da solidão e da pobreza. Com toda sutileza característica das obras de Odilon, a princesinha não percebe que seu medo é, na verdade, do próprio medo. E, enquanto se ocupa em temer o invisível e o improvável, deixa escapar a própria felicidade. Será com a ajuda de um garoto, que lhe ensina a ouvir o sussurro das estrelas, que ela conseguirá lidar com a tristeza. Na quarta capa, a consagrada autora alemã Jutta Bauer exalta o talento de Odilon: "Como um grande cozinheiro, ele acrescenta alguns temperos secretos à receita. Com isso, faz da fábula algo inconfundivelmente seu".

Poesia Espanhola : tradução de Fábio Aristimunho Vargas

Dica de leitura do mês. Acompanhei este projeto. E quando soube do lançamento não acreditei. É impressionante como as coisas neste país são difíceis quando falamos de cultura. Ainda assim, quando o assunto é poesia, o cerco fecha mais ainda. Este projeto é sério e competente. Sendo assim, ao saber do lançamento eu fiquei estupefado, alegre e feliz. Afinal, não se lançam 4 livros de poesia de uma só vez. Quando o projeto é ótimo, tem qualidade, tem que ter apoio e tem que vir a público. Muito bom saber do lançamento, agora oficial. Parabéns ao Fábio pelo competente e árduo trabalho de pesquisa e tradução. Quero ler um por um tão logo consiga comprá-los. Apesar de ter conhecido o projeto, agora em livro fica diferente tal leitura. Humberto Al.


Folha de S. Paulo
Caderno Ilustrada
São Paulo, sábado, 18 de abril de 2009

RODAPÉ LITERÁRIO
A esfera infinita da poesia

Nova coleção reúne diversas tradições poéticas das regiões espanholas, dos versos galegos aos bascos

MANUEL DA COSTA PINTO
COLUNISTA DA FOLHA

TENDO EM comum o subtítulo "Das Origens à Guerra Civil", os quatro volumes sobre a "poesia de Espanha" organizados por Fábio Aristimunho Vargas são um notável trabalho de síntese: apresenta tradições literárias derivadas de vertentes linguísticas distintas -castelhana, catalã, galega, basca- e acaba demonstrando como o idioma da poesia constitui um país sobreposto ao território (mesmo quando incorpora suas tensões). Pode-se dizer que a Espanha, como unidade política, é uma metonímia do mundo globalizado: compreende vários países dentro de sua extensão geográfica, possui uma metrópole hegemônica (Madri), que entretanto não cancela outros polos -um pouco como a esfera infinita de Pascal, "cujo centro está em toda parte e a circunferência em parte nenhuma". E se alguns desses centros conquistaram o estatuto de comunidades autônomas por pressão do violento nacionalismo basco ou do separatismo cultural catalão, a literatura -cuja nacionalidade é a língua- não pode prescindir do comércio com outros domínios. O maior exemplo está no volume "Poesia Espanhola", em que Vargas indica como Garcilaso de la Vega foi influenciado pelo valenciano Ausiàs March, que aparece em "Poesia Catalã". E há ainda, em "Poesia Galega", um dos poemas nesse idioma feitos por Federico García Lorca (cuja obra foi escrita essencialmente em castelhano). As apresentações dos volumes são breves e esclarecedoras, indicando peculiaridades histórico-culturais; as traduções trazem, ao final, o poema na língua de origem; e os apêndices incluem, além da biografia dos escritores, quadros que colocam essas literaturas em paralelismo cronológico e ortográfico. Dito isso, é digno de nota que as intempéries políticas -que se estenderam para além da Guerra Civil vencida pelo "generalíssimo" Francisco Franco em 1939- muitas vezes congelaram as tradições poéticas dos territórios submetidos. Enquanto a Espanha vivia seus "Séculos de Ouro" (renascimento e barroco), com Garcilaso, Góngora, Quevedo e Calderón de la Barca, a Galícia entrava nos "Séculos Escuros" de uma produção literária "praticamente nula", segundo Vargas. E, no caso basco, alguns poemas parecem confinados a temas como a celebração da paisagem e a luta pela independência. Mesmo aqui, há momentos de impacto, como no verso que abre "Contrapasso", de Bernat Etxepare: "Euskara,/ mostra a tua cara", que o leitor certamente vai associar à música de Cazuza ("Brasil, mostra a tua cara") -e que prova como o tradutor soube recriar poemas que sobrevivem a seu contexto original graças à língua basca (euskara) e não à utopia regressiva da "nação basca" (Euskal Herria).

Autor: vários
Tradução: Fábio Aristimunho Vargas
Editora: Hedra
Quanto: R$ 15 (cada volume de 160 págs. em média)
Avaliação: ótimo

TRAILER DO FILME X-men Origens: Wolverine


Quero ver este filme. Sou fã da série X-Man e Wolverine é o personagem que mais tenho afinidade. No último X-Man III, apareceu um Wolverine mais melancólico e introvertido, calcado no teu passado. Já eram indícios de que a série (Marvel) pedia um longa dedicado ao personagem e sua história. Pelo trailer, dá pra sentir o andar da carruagem. Não pouparam efeitos especiais e muita ação. Porém, o truque são as metáforas por detrás de toda cortina de fumaça. Afinal, é um personagem que, mesmo dotado de poderes, não foge à regra. Todo ser humano busca compreender suas origens num dado período de sua vida. E o homem sempre questionou seu criador, de onde veio e para onde irá um dia.



segunda-feira, 20 de abril de 2009

Robin Finck (sendo Americano, nasceu em 7 de Novembro de 1971), além de guitarrista é fotógrafo e desenhista. Em seu site pessoal é possível encontrar algumas fotos, desenhos e textos de fãs e amigos. Ao substituir o Slash na banda Guns´n´Roses, teve oportunidade de visitar o Brasil por conta dos shows da banda no Rock In Rio de 2001. E acabou ficando conhecido como sendo um guitarrista performático, chamando atenção pelas roupas góticas, solos enigmáticos e muito carisma. Ao tocar a música Sossego, de quebra conquistou um público brasileiro que até aquele período torcia o nariz para nova formação da banda de Axl. Acontece que Robin tocara em outras bandas, ficando mais residente com a turma do Trend Reznor. Talves, a banda que dá mais base para os solos, criatividade e talento de Finck seja mesmo com o NIN. Ao que tudo indica, Finck anda curtindo esta fase. Como fato importante, Robin já frequentou capas de revistas especializadas em Guitarras e fez shows com o Circo du Soleil. O que comprova sua fersatilidade como artista pertencente a uma geração fértil e criativa de músicos que mudaram a cara do rock.

Finck volta aos velhos tempos (e visual gótico), com este solo magnífico de guitarra, carregado de sentimentos e poesia :



O show em Buenos Aires, de 2008 (era pra ter vindo ao Brasil e não deu) :



A era hippie, tocando com Guns em 2006.



domingo, 19 de abril de 2009

Happy Birthday

Completei 36 anos, em 18-04 último. Obrigado pelos telefonemas e emails. Pois é, quando era muito jovem, imaginava como deveria chegar aos 40 anos. Agora, sinto que isto não tem tanta importânica. E está sendo tão bacana esta fase. Parece que levamos a vida com mais serenidade. A ansiedade ficou um pouco de lado e o que agora está fazendo mais sentido são projetos que tragam uma realização pessoal e espiritual. Já não ligo mais para o materialismo, aquela busca de identidade por conta de pertencer algum grupo também foi ficando para trás. Hoje, a única coisa que pesa na minha cabeça é conseguir realizar um outro sonho. Eu não posso ainda comentar que realização é esta outra. Mas sinto que estou chegando cada vez mais perto dela. Quanto tinha 21 anos decidi vir para São Paulo. E já são mais de 12 anos vivendo em Sampa. Aprendi muito com esta cidade, sua antropologia visual, sua filosofia, seu lado rústico e bruto. Assim como, seu lado sofisticado e intelectualizado. Isto me deu bagagem para seguir adiante. Tanto no projeto que vivo atualmente, quanto outros que pretendo realizar. Eu tenho uma vontade muito grande de viver um tempo no Oriente. Distanciar da cultura ocidental. Acho que pode ser um caminho nesta busca espiritual. Acho que pode ser útil para uma compreenção maior das coisas. Ficar mergulhado em trabalho e dedicar pouco ao progresso espiritual é algo que me angustia às vezes. Tenho tido uma profunda necessidade de voltar a escrever e não tenho tido tempo. Não escrever em blogs e afins. Porém, dedicar a literatura com afinco. Sinto falta de um Mestrado em Letras que tive de parar. Sinto falta daquele ar acadêmico, de quem compra um livro como se fosse uma criança recebendo um presente. Acho que minha idade hoje me diz isto. Que é necessário um aprofundamento do meu ser, da minha pessoa. E isto requer muito tempo e isolamento. Eu tenho trabalhado muito e isto tem anos. No ano que passou, dediquei 3 meses num período sabático. Mas não foi suficiente. Exatamente, porque em partes deste distanciamento eu não poderia deixar de visitar meu apartamento e pagar contas. E isto na minha cabeça ainda eram obrigações. Faltou eu conseguir ter ido prum lugar distante, quase fui pra ilha de Parati ficar numa casinha sem luz e nada. Talvez, teria sido maravilhoso. Hoje, estou caminhando para aventuras mais simples, rústicas. A tecnologia eu acho incrível. Não consigo viver sem. Noutras horas, sinto que é necessário distanciar disto tudo. E acabamos voltando para este ciclo das coisas que vão e voltam. Como fantásmas. Completei anos. Estou envelhecendo. E isto é muito bom. Uma coisa é certa, creio que nunca conseguirei distanciar da cidade de São Paulo. Pois, aqui eu fiz grandes amizades e sou grato à tudo. Este ano será incrível. Valeu ... valeu ... valeu ...



sábado, 18 de abril de 2009

16/04 --> Dia Da Cueca na Av.Paulista.

E já estamos em pleno feriado! Não é que os povos (estudantes) do Mackenzie infestam os arredores da Vila Buarque? Estão fazendo algazarras, enquanto o tal "busão" não chega pra levar a moçada pruma viagem. Enquanto isto, eu ainda estou digerindo algo curioso e fantástico que aconteceu na 5a.feira pela noitinha. Como as quintas-feiras tenho meu rodízio e não posso zigue-zaguear por aí em horário proibitivo, desta vez resolvi pegar um busão pra ir trabalhar. Peguei aquele "Urubupungá" pra ir até Alphaville, por um custo de R$6,30 a passagem. O bom é que tem um ponto de parada em frente a Starbucks de Alphaville. Sendo assim, já desço puto do busão - por conta do percurso que é um porre e demorado - e embarco num 'tall´ de café com leite. Depois, sigo pro trabalho. Na volta pra casa foi a mesma coisa. Contudo, o percurso estava mais tranquilo e consegui chegar na Av.Paulista por cerca de 20:00 horas. Foi quando passei na Livraria Cultura pra pegar aquela encomenda (lembram ? O disco novo do Scott Weilland, "Happy". Que é curiosamente sofisticado e bacana de ouvir. "Gostei baldes", como costuma dizer um amigo meu.). Ao sair do Conjunto, não entendi nada. Haviam jovens circulando pra todo lado de mochilas e somente usando cuecas. Claro, estavam com mais acessórios. O inusitado e ousado eram as cuecas e pernas à mostra. Imaginei que era algum protesto. E não tinha idéia do que poderia ser. Ao descer a rua Augusta sentido centro, foi a mesma coisa. Centenas de pessoas de cueca circulavam pra todo lado, parando nos pontos de cafés e bares. Num dos botecos da Augusta, tinha um grupo sentado numa mesa tomando chopp e de cuecas. Tanto as meninas quanto os rapazes. Foi muito engraçado. E ao passar em frente ao Café & Teatro Club Noir, não resisti e entrei pra tomar algo. Havia uma banda de jazz sussurrando notas musicais inspiradíssimas que até sentei pra curtir. Acabei encontrando amigos e o papo foi estendendo e deixando a hora passar. Comentei do protesto das cuecas e calcinhas e ninguém entendia. Achavam que era piada. Eu quase resolvi deixar a calça jeans no teatro e circular um pouco de cueca pela Augusta. Foi quando um carro da polícia parou num cruzamento e a minha vontade passou. Não sabia mais o que estava acontecendo pelos arredores e achei melhor degustar daquele ambiente e do jazz. Um pouco mais acima, numa padaria e bar que funciona ao lado duma escola de inglês e do Espaço de Cinema Unibanco, vários carros da polícia faziam patrulhamento enquanto um caminhão da Prefeitura recolhia as mesas e cadeiras da tal padaria/bar/restaurante anexo. Novamente, a Av.Paulista chamou a atenção. Por um lado, jovens de cuecas, por outro a Prefeitura seguindo com suas multas e a polícia tentando manter a ordem. E eu fiquei ali, no bar&teatro ouvindo jazz, longe da atmosfera surreal que estava aquela rua movimentada que um dia foi famosa apenas por conta das garotas. Aquelas que ainda fazem seus programas e só põem suas calcinhas de fora se for por um bom trocado. E por um bom trocado, eu ganhei meu dia driblando o rodízio usando ônibus e ouvindo duas pérolas do mês : “Happy” de Scott Weiland e “Zii e Zie” do Caetano. Apesar da crítica não ter gostado deste último disco de Caê, eu adorei. Acredito que Caetano esteja ganhando novos fãs por conta desta sua fase. Que bom. O disco tem ótimas letras e ainda não posso dizer de que mais gostei. Que bacana ter composto Lobão. O Lobo uivou sempre com razão. `

Sobre o "No Pants Day" na Paulista --> http://hojeemdians.blogspot.com/2009/04/de-cueca-no-metro.html



domingo, 12 de abril de 2009


JUST A NEW YORK POEM

i wanted to take
your hand and run with you
together toward
ourselves down the street to your street
i wanted to laugh aloud
and skip the notes past
the marquee advertising "women
in love" past the record
shop with "The Spirit
In the Dark" past the smoke shop
past the park and no
parking today signs
past the people watching me in
my blue velvet and i don't remember
what you wore but only that i didn't want
anything to be wearing you
i wanted to give
myself to the cyclone that is
your arms
and let you in the eye of my hurricane and know
the calm before

and some fall evening
after the cocktails
and the very expensive and very bad

steak served with day-old baked potatoes
and the second cup of coffee taken
while listening to the rejected
violin player
maybe some fall evening
when the taxies have passed you by
and that light sort of rain
that occasionally falls
in new york begins
you'll take a thought
and laugh aloud
the notes carrying all the way over
to me and we'll run again
together
toward each other
yes?

- Nikki Giovanni
A coletânea "Poems Of New York" abrange um complexo grupo de poetas. Exatamente, porque consta de distintas gerações : daqueles nascidos no ano de 1819, como Walt Whitman, até novatos nascidos no ano de 1972. Não tendo uma obrigatoriedade restrita algum gênero da poesia. Contudo, a idéia deste "pocket sized book" é reunir temas sobre esta grande cidade de Nova York. O livro de capa dura, apresenta um formato um tanto clássico. Com tipografia que lembra "times new roman" e impresso na Alemanha, este pequeno notável entrou pruma antológica coleção de pequenos pocket books sobre poesia e/ou poetas. É um livro repleto de bons poemas. Nem todos seguem o mesmo estilo. Parece-me que os mais antigos são os melhores. Os novatos escrevem como se estivessem blogando, narrando em tempo real alguma sensação instantânea e sem tantos sentimentos.

HAPPY IN GALOSHES

Fiz uma encomenda deste segundo álbum solo de Scott Weiland no site da Cultura. O CD está prestes a desembarcar em terras tupiniquins, e importadíssimo. Não teve jeito, tive de importá-lo. É um trabalho que me interessa. Exatamente, porque acompanho a carreira deste cantor. Scott tem uma vóz privilegiada e um carisma e estilo de apresentar-se no palco de maneira incomum. Pode parecer clichê, se analisarmos inúmeros outros vocalistas para chegar num senso comum. Entretanto, Scott tem seu legado e destaca-se por ser criativo e ter um estilo rebelde. Basta ler sobre sua biografia. Que não foge muito dos padrões dos roqueiros ditos rebeldes. Contudo, parece-me que tratando-se de Scott, as coisas tomam um rumo peculiar. É um artista, sem dúvidas, e que tem minha atenção. Poucos vocalistas de bandas de rock chamam minha atenção. Scott é um destes poucos. Poderei listar uns 10 nomes numa outra vez. Na sequência, copio link para música Barbarella. É o segundo vídeo clipe que Scott vem trabalhando para divulgação do disco. O primeiro eu já postei. Ambos diferentes na maneira de ilustrar um estilo de vida de um homem em busca de suas emoções, relações com família ou pessoas mundanas que esbarram conosco à todo momento. O mundo é mesmo pequeno quando tratamos de relações. Porque o homem sempre buscou nas relações um pouco daquilo que tenta compreender de si mesmo. E muitas vezes tentamos enxergar no outro um pouco do que somos. Ou, daquilo que desejaríamos ser ou compreender. Talvez, Scott seja pra mim um grande personagem de um livro de romances, daqueles bem difíceis de ler. Algum filme talvez. No entanto, é uma pessoa viva que constrõe parte da vida numa carreira musical cheia de altos e baixos. Voltamos de novo pra arte, pra música, e prum mundo um pouco distinto e diferente do lugar comum das pessoas. Às vezes, penso que o anonimato é o melhor lugar para existir. Para distanciar das pressões do dia-a-dia. No mundo da música, a exposição chega a ser um problema. Entretanto, o trabalho impresso num disco pode ser alguma pista para decifrarmos a obra de um artista. Diferentemente do interesse pela vida pessoal ou por tudo que a mídia publica. Se temos um personagem, e sendo uma caricatura interessante para se escrever ficção, ou prum livro e filme, então estamos tendo material. E a ficção ilustrada numa música ou vídeo-clipe sintetiza alguma idéia ou sentimento. Okay. Não quero dizer que a vida do cara serve de material para que eu explore um personagem que venha a pertencer num livro ou roteiro de filme. São todas possibilidades. É uma junção quando se admira a pessoa e admira sua arte. No caso de Scott, tanto faz admirar sua pessoa quanto sua obra musical. É alguém que posso dizer que admiro. Se fosse um escritor ou poeta, obviamente que estaria lendo seus livros. Imagino que poderia lembrar alguém como Hunter S. Thompson. Bom, vamos ficar com a música e chega de teorizações. Também, sou fã de Hunter Thompson, um ícone da contra-cultura. Quando o cd chegar, ouço e posto uma opnião.

Paralysis - Scott Weiland


sábado, 11 de abril de 2009

indierock


Acima : pausa para um Momento indie ...
Segue ... Pulp / Babies ...
.... Blur / Beetlebum ...


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Mira Schendel

A coleção do ano, que eu tanto esperei (por tempos, tentei garimpar uma edição esgotada da Cosac em alguns sebos e não foi possível. Agora, publicam uma reimpressão. Detalhe, a qualidade das fotografias ficaram estupendas). TRÊS VEZES Mira Schendel. Três livros, sendo dois inéditos. Pelo site é possível visualizar tais lançamentos :

http://www.cosacnaify.com.br/noticias/extra/miraschendel/

domingo, 5 de abril de 2009

Momentos

Eu estive lá e você nem notou minha presença. Okay. As coisas acontecem de diferentes maneiras. Não foi por acaso, que eu estive lá. E você não percebeu. Isto teria alguma importância? Talvez, estivéssemos nus diantes de nossas fraquezas. Talvez, alimento minha expectativa apenas pelo fato de nossas existências serem nutridas por falsos pensamentos. Tudo ao acaso seria muito melhor. Pois, planejar nossas vidas tornou algo insustentável. Melhor, deixar o destino destilar sua poesia como um bom uísque envelhecendo num barril por aí. Caminhei tanto para chegar até aqui e não vou mais incomodar com as bolhas nos pés. Os calos que a vida me deu servirão para conforto. Os tombos que levei guardo como lembranças. Ano que vem, quem sabe, estarei por aí. Ano que vem, quem sabe, nem mais lembrarei te ti. Foi bom não ter visto neste meu acaso provocado. Nesta minha entropia onde nada acontece como queriamos. Um dia, as histórias serão contadas de diferentes maneiras. Como foi bom te conhecer, mesmo que não tendo visto mais tua presença. Tudo passou como um relâmpago. E nem tive tempo de apagar as luzes. Deixo esta árdua tarefa para você. Pois, agora, estou partindo. Como quem troca o disco. Eu estive lá e você nem notou minha presença.

Frases sobre vestimentas : segunda parte.



Nada a fazer, senão trabalhar.
Nada para comer, senão comida.
Nada para vestir, senão roupas
para evitar que se esteja nu.
Benjamin King
(1857-1894)

Pequena ovelha, quem te fez?
Você sabe quem te fez?
Deu-te vida e alimentou-te,
através das correntezas e sobre os campos;
deu-te roupas, algodoadas,
brilhantes;
deu-te uma suave voz,
fazendo com que todos os vales se regozijem.
William Blake
(1757-1827)

Pensei longamente e honestamente,
mas por nenhum momento sobre música,
poesia ou pintura.
O mundo todo de beleza e poesia
se resume para mim
nas roupas.
Maestro Thomas Beecham.
(1879-1961)

Não é que ela fosse uma líder da moda,
a Rainha Victória.
Provavelmente a veste mais notável
que ela sempre usou
foi uma camisola noturna na qual ela recebeu
em uma madrugada no Palácio Kensington
a notícia da morte do rei, seu tio.
A mesma camisola com a qual, então, ela se tornou rainha.
Alison Adburgham
Demissão de professor da Escola Parque que escreveu poemas eróticos


Está bombando um fórum no portal literal sobre uma tal escola PARQUE, do Rio de Janeiro, que demitiu um professor e poeta porque os Pais dos alunos descobriram suas poesias eróticas e, parece, fizeram denúncias. Deduzimos que todo imbróglio talvez gere algum pensamento inteligível diante de toda questão polêmica. Se é que existe alguma polêmica em um professor ser poeta e escrever (a gosto pessoal) poemas eróticos. Existe um certo ranço de educação erudita nas classes ditas médias altas. Talvez, o sonho de ter filhos que recebam a mesma educação de uma classe nobre (dos ricos e milionários que mandam os filhos educarem na Europa). Nada contra. Porém, vamos ver um modelo : a França. Será que a França demitiria um professor em mesma situação deste outro da escola Parque? Apenas pelo seu gosto artístico? À que se fazer justiça e não tapar o sol com a peneira. Provavelmente, a escola (diante desta crise mundial) preferiu demitir um professor a arcar com as desistências de alunos por ameaças (supondo) de sairem da escola e matricular em outra. De novo, vamos ver como a França dialoga estas questões, como as Universidades sérias deste país dialogam com esta questão. Demitir é muito simples. Agora, justificativas tem várias, porem, qual é a mais sensata de todas ? Gostei do comentário do Spirito Santo, que copio abaixo. Na posição de direção da escola, procuraria entender cada caso e tentaria, ainda assim, alocar o professor para outro projeto. Toda esta ação só serviu para prejudicar o professor, que de nobre educador agora virou escritor e poeta pornográfico. Como se a poesia fosse algo menor e a literatura de gênero idem. E são estas mesmas classes médias altas que enriquecem certos conglomerados empresarias e editoriais repletos de obras do gênero Harrie Potter, e outras coleções que daqui 10 anos ninguém mais lembrará. Foram apenas passa-tempos. Sem comentar os temas de alto-ajuda, que não passam de descarregos pseudo-mentais-sentimentais. É a crise de identidade, quem somos nós e para onde vamos com tudo isto? Vamos citar Platão e Aristóteles e seus métodos de ensino para, apenas dizer que, eram cercados de jovens iniciantes na poesia e filosofia. E nem por isto transformaram os jovens em seres anti-sociais. Muito triste e polêmica a decisão da escola.

Copio um pedaço do ótimo post de Spírito Santo, em suma, resume tudo :
"Primeiro é o foribundo clima século 19, bem inusitado para os 'pais' genéricos', pertencentes a um meio social tão carregado de permissividades e hedonismos de toda ordem (o Orkut é só a ponta do iceberg, certo).Segundo é esta tentativa 'caida' de justificar a discutível demissão do professor-poeta, desqualificando a sua obra ou o conteúdo ocasionalmente 'sexual' de sua temática.Num meio juvenil de classe média onde sexo torto, drogas, pedofilia, corrupções de todos os tipos (país de ética zero) enrustidamente e à vista grossa campeiam, emoldurado pelo meio juvenil das 'baixas classes' miseráveis onde, do mesmo modo, a prostituição infantil ou pedofilia 'consentida' (meninos e meninas, as vezes de 8, 10 anos) as drogas e a fome de tudo, também campeiam, ficar urdindo intrigas para demitir um simples professor poeta que fez alguns poemas eróticos juvenis, é um pouco demais."

Parece que o lançamento dos livros sobre a artista Mira Schendel (incluíndo uma reedição), está previsto para esta semana. Do trabalho de Mira, eu gosto de uma série de 2000 desenhos diferentes que ela fez em monotipia, durante o período de 1962 à 1966. Interessante também o diálogo da artista com os concretistas e outros movimentos da época. Então, é cruzar os dedos que o pacote é sensacional. Abaixo, segue o link da matéria.

Procurando um calçado novo? Que tal ganhar uma das botas acima? Eu tenho um irmão que só usa deste tipo de calçados. Porém, como por aqui é difícil de achar, ele ficou louco com este site. As botas da marca Mark Nason são gringas, no site tem uma infinidade de modelos. Sendo possível encontrar sapatos também. É incrível o tratamento do calçado, cada modelo pode vir revestido com couro de pelica azul ou vermelho no interior. As solas tem um tratamento com desenho em relevo, comum vir um dragão ou serpente. Geralmente, os calçados na cor marrom parecem ser confeccionados com pelo menos dois tipos de couros e de cores. Os rebites formam desenhos diversos e dão um estilo diferenciado às botas, com bicos quadrados e cano médio. Reparem no detalhe do zíper e das fivelas. Parece um calçado feito artesanalmente, manualmente, com tantos detalhes fica difícil saber qual modelo escolher. No momento, eis meu sonho de consumo. Já que no Brasil não existe um calçado deste tipo.


Ainda falando de "Scars On Broadway" ... Insane é uma bela canção. Eu não encontrava uma banda destas fazia tempos. Ah, eu havia esquecido de comentar do trabalho de base dos teclados, quase minimalistas. Às vezes, confundem-se com as guitarras bases. Entretanto, são os teclados. È uma banda por um lado inovadora, ainda que pelas questões políticas tratadas nas letras vez ou outra. Daron Malakian, líder e vocal, tem a mesma idade que eu. Incrível, como esta geração "se conversa". Na questão de músicalidade, lendo a biografia de Daron pude perceber que ele ouvia as mesmas coisas que eu na juventude (ou seja, de Iron Maiden, Ozzy Osbourne à White Zombie e Sepultura). Eu ainda não tenho uma definição objetiva pro som do Scars On Broadway. O que me agradou foi a postura da banda, sua sonoridade inovadora e o estilo de cantar. Claro, não vou falar que minha geração é desiludida e revoltada. E por isto as bandas cujos integrantes tenham entre 30 à 40 anos de idade costumam discursar sobre a realidade dos sistemas e não de ficar contando historinhas para princesinhas. O mundo não é mais o mesmo e este século começou muito ruim. É descepcionante. Tudo que os hippies queriam (e eles foram revoltados, rebeldes) não aconteceu. Um mundo de "paz e amor" só pode existir em guetos, em sociedades complexas isto é um sonho adolescente. Jamais haverá paz no mundo. Como Platão dizia, o homem sempre buscará o teu criador e sempre será competitivo por sua natureza. Pena que a competição virou algo doentio e o mundo atualmente está ruim. Eu gosto da minha geração e quero aprender e discutir com ela. Apesar de ter ídolos mais velhos e outros mais jovens. No momento, tudo que acontece com minha geração tem me interessado enormemente (literatura, música, teatro, cinema e arte). E que bom ter encontrado Scars On Broadway. Acho que vocês entenderam. O ser humano precisa certas horas apegar-se alguma coisa que faça sentido na tua vida. Seja um rumo ou apenas alguma coisa para preencher vazios. Eu gosto de ler biografias e estou adorando conhecer pessoas com idades semelhantes a minha e como estão sobrevivendo a tudo isto. A realidade hoje é que o mundo está muito mais veloz com relação ao aperfeiçoamento tecnológico, a produção em massa, o consumo exagerado, as doenças psíquicas, o excesso de pessoas nas grandes cidades, os problemas que surgiram neste século são infinitamente maiores e mais complexos do que à 100 anos atrás. E o homem aprendeu muito pouco na questão da evolução num sentido mais apropriado para o convívio nas empresas. Diferentemente do convívio social e urbano. Logo, deduz-se que uma pessoal precisa urgentemente ter sensibilidade e inteligência para conviver nestes ambientes sociais : sejam as cidades complexas e grandes, sejam nas empresas com diferentes formas de trabalho. E nada é suficiente. Nada é o bastante. E isto não pode ser capitalismo. O novo mundo é algo complexo e que ainda está sendo decifrado. Enquanto isto, muitos sofrem e ninguém está satisfeito o bastante. De novo, a minha geração é um ponto de exclamação na minha testa. Enquanto as novas são uma interrogação. E as anteriores seguem como quiser. Não li ainda a nova biografia do John Lennon - A Vida. Dei uma folheada. É bem escrita e parece fiel ao ex-Beatle. No entanto, as fotos são de muito mal gosto. Será que John era mesmo tão mal vestido e cafona ? Dos Beatles, ele era o mais mal vestido e de gosto duvidoso (quem é que pagaria uma fortuna por aquele Rolls Royce psicodélico que ele usava?). Está saindo tantas biografias, acho que é falta do que escrever. A última que peguei foi de Marilyn e JFK. Só de ler a resenha do livro já dá medo. De viciada em drogas e ninfomaníaca, subjetivos interessantes para um ícone do cinema e da moda, Marilyn não passava de uma mimada e ninfomaníaca. Pois é, é por isto que quero entender a minha geração. Não para culpar alguém do passado, apenas uma forma de aceitar à mim mesmo olhando um pouco a minha volta.

Scars On Broadway - Insane (Live @ Area4 Festival 2008)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

SOB _ Gostei esta banda liderada pelo maluco do Daron Malakian. Seu projeto paralelo ao SOAD (System Of A Down) parece ter vingado. Isto é, depois de debutarem no festival alternativo Coachella, lançaram um ótimo disco. Neste primeiro trabalho apresentam uma sonoridade consistente, criativa, pesada e muito diferente do lugar comum do rock (vide bandas que imitam Korn e afins). Claro, algumas coisas podem até lembrar um pouco SOAD. Entretanto, os riffs de guitarras são mais simples e marcantes, com várias quebradas. E que somando as distorções, chega a lembrar Queens Of The Stone Age. Eu chego a pensar que realmente Daron não bola bem da cabeça de tão genial. Ele é o compositor das letras do SOAD e de SOB. A banda atual dele faz um som que eu não consigo desligar de tão bom e que tem elementos ali que eu não havia encontrado em vários sons que costumo ouvir. Como no estilo de cantar, tem hora que parece um rap veloz. Noutra, uma melodia esquisita porém bela. Além da coragem de imprimir nas letras uma realidade difícil e necessária. Só mesmo quem vive nas grandes capitais e tem contato com algumas realidades, e quer levar uma vóz ativa (sem ser politizada) ainda não faltando com a verdade. Pelo menos, o cara está dizendo em poucas letras tudo que as religiões, os políticos, as sociedades, os indivíduos, vinham e veem fazendo. Só não vê quem não quer. A banda não é do tipo que vai gravar coisas romanticas. E nem combina com o tipo de som. Sinto dizer. Pois, o mundo pode estar acabando, desmoronando, como na vóz deste rebelde e criativo músico Daron. Contudo, o disco é sublime. Que bom. Aposentei Tom Waits, QOTSA, tudo que eu vinha ouvindo até agora. Estou queimando este disco no meu mp3 literalmente. Vai a dica pro Atanes e pro Goda. Ouçam. E, digam depois se eu estava errado. They Say é um belo hit.

Abaixo, o cara manda todo mundo se foder ... Lá vamos nós. E tem gente que entende diferente tudo que ele canta. É o mal da escrita.


Scars on Broadway- They Say