domingo, 5 de abril de 2009

Ainda falando de "Scars On Broadway" ... Insane é uma bela canção. Eu não encontrava uma banda destas fazia tempos. Ah, eu havia esquecido de comentar do trabalho de base dos teclados, quase minimalistas. Às vezes, confundem-se com as guitarras bases. Entretanto, são os teclados. È uma banda por um lado inovadora, ainda que pelas questões políticas tratadas nas letras vez ou outra. Daron Malakian, líder e vocal, tem a mesma idade que eu. Incrível, como esta geração "se conversa". Na questão de músicalidade, lendo a biografia de Daron pude perceber que ele ouvia as mesmas coisas que eu na juventude (ou seja, de Iron Maiden, Ozzy Osbourne à White Zombie e Sepultura). Eu ainda não tenho uma definição objetiva pro som do Scars On Broadway. O que me agradou foi a postura da banda, sua sonoridade inovadora e o estilo de cantar. Claro, não vou falar que minha geração é desiludida e revoltada. E por isto as bandas cujos integrantes tenham entre 30 à 40 anos de idade costumam discursar sobre a realidade dos sistemas e não de ficar contando historinhas para princesinhas. O mundo não é mais o mesmo e este século começou muito ruim. É descepcionante. Tudo que os hippies queriam (e eles foram revoltados, rebeldes) não aconteceu. Um mundo de "paz e amor" só pode existir em guetos, em sociedades complexas isto é um sonho adolescente. Jamais haverá paz no mundo. Como Platão dizia, o homem sempre buscará o teu criador e sempre será competitivo por sua natureza. Pena que a competição virou algo doentio e o mundo atualmente está ruim. Eu gosto da minha geração e quero aprender e discutir com ela. Apesar de ter ídolos mais velhos e outros mais jovens. No momento, tudo que acontece com minha geração tem me interessado enormemente (literatura, música, teatro, cinema e arte). E que bom ter encontrado Scars On Broadway. Acho que vocês entenderam. O ser humano precisa certas horas apegar-se alguma coisa que faça sentido na tua vida. Seja um rumo ou apenas alguma coisa para preencher vazios. Eu gosto de ler biografias e estou adorando conhecer pessoas com idades semelhantes a minha e como estão sobrevivendo a tudo isto. A realidade hoje é que o mundo está muito mais veloz com relação ao aperfeiçoamento tecnológico, a produção em massa, o consumo exagerado, as doenças psíquicas, o excesso de pessoas nas grandes cidades, os problemas que surgiram neste século são infinitamente maiores e mais complexos do que à 100 anos atrás. E o homem aprendeu muito pouco na questão da evolução num sentido mais apropriado para o convívio nas empresas. Diferentemente do convívio social e urbano. Logo, deduz-se que uma pessoal precisa urgentemente ter sensibilidade e inteligência para conviver nestes ambientes sociais : sejam as cidades complexas e grandes, sejam nas empresas com diferentes formas de trabalho. E nada é suficiente. Nada é o bastante. E isto não pode ser capitalismo. O novo mundo é algo complexo e que ainda está sendo decifrado. Enquanto isto, muitos sofrem e ninguém está satisfeito o bastante. De novo, a minha geração é um ponto de exclamação na minha testa. Enquanto as novas são uma interrogação. E as anteriores seguem como quiser. Não li ainda a nova biografia do John Lennon - A Vida. Dei uma folheada. É bem escrita e parece fiel ao ex-Beatle. No entanto, as fotos são de muito mal gosto. Será que John era mesmo tão mal vestido e cafona ? Dos Beatles, ele era o mais mal vestido e de gosto duvidoso (quem é que pagaria uma fortuna por aquele Rolls Royce psicodélico que ele usava?). Está saindo tantas biografias, acho que é falta do que escrever. A última que peguei foi de Marilyn e JFK. Só de ler a resenha do livro já dá medo. De viciada em drogas e ninfomaníaca, subjetivos interessantes para um ícone do cinema e da moda, Marilyn não passava de uma mimada e ninfomaníaca. Pois é, é por isto que quero entender a minha geração. Não para culpar alguém do passado, apenas uma forma de aceitar à mim mesmo olhando um pouco a minha volta.

Scars On Broadway - Insane (Live @ Area4 Festival 2008)

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