sexta-feira, 2 de abril de 2010

Que tal um Free para correr ?

Particularmente, acho o Vibram um tanto fake. É esquisito pensar em sair por aí correndo usando este "equipamento". Acho que para curtas distâncias pode até ser questionado seu uso. Contudo. para longas distâncias deve causar um belo estrago na musculatura das pernas e articulações.



Atualmente, está em voga esta moda de correr descalço ou com equipamentos minimalistas como o exótico Vibram (foto acima). Assunto que tomou capas de revistas como a estupenda "Running Times" americana, ou até mesmo a nacional "Contra Relógio" para o mês de março. Ambas capas lançadas no mesmo período. Com muita semelhança no tema e materiais divulgados. O interessante é que a Nike está presente nas duas revistas com seu produto Nike Free 5.0. É um tênis extremamente confortável de usar. Eu tenho uma edição de 2009 que uso como um sapato casual. Fiz curtas corridas só para testá-lo. Contudo, requer muita experiência para correr porque é um equipamento de pouco amortecimento e muita flexibilidade. Ou seja, interessante para correr terrenos de terra batida ou areia (praias, campos, estradas de terra, gramados). No site da Nike (nikerunning.com) pode ser que dê pra verificar alguns modelos do Free. Eu chamo este tipo de calçado como tênis minimalista. Tamanha quantidade de detalhes mínimos, leveza, cores contrastantes e sofisticação do produto. O que requer aplicação de inúmeras tecnologias. Desde cadarços que não desamarram, tecidos que transpiram conforme o calor ou mantém a temperatura conforme o frio, várias camadas de espuma e borrachas diferentes, até itens mais sutis como a logomarca em silk - evitando recosturas. Tudo isto deixando o produto mais leve e menos agressivo quando em contato com os pés. É um produto que não precisa de meias para calçá-los. O mais interessante disto tudo, é que as marcas de calçado estão cada vez mais aposentando as costuras no tecido do cabedal destes calçados. Evitando assim um maior atrito com regiões dos pés e tornando o produto menos grosseiro. Pois, os atritos além de formar calos indesejáveis, saliências ásperas e protuberantes em regiões de maior desgastes dos pés, também formam bolhas ou machucados indesejáveis. No entanto, poucas marcas conseguem ter investimentos polpudos para poder manter na liderança e sempre trazer inovações. Como eu havia dito antes, o mercado de tênis de corrida é algo extremamente competitivo e complexo. Talvez, por isto, o Brasil importe tão poucas opções de cores e vivemos neste ostracismo em comparação com mercados como Americano ou Europeu. Além dos produtos serem caros, esbarramos nas mesmas opções de cores. Como num bairrismo, ora uniformizados, parece que só a bandeira do país é colorida, o resto segue no preto&branco. Quem me dera se fôssemos mais pierrot e colombina. Num país do carnaval, cores e diversidade, entramos numa "Centauro" da vida e esbarramos com padronizações. Enquanto nos USA, um tênis custa 60 dólares e existe uma infinidade de marcas, modelos, cores e tecnologias. Aqui, ainda estamos vivendo na idade do descobrimento. Não sei onde estamos errando. Sempre sinto que somos os últimos. E a fila precisa andar. Não à toa, algumas marcas lá fora perceberam o filé-mignon da customização e começaram a investir nisto. Como a divisão Nike-id, que permite um usuário comprar seu tênis pela web e montá-lo de diferentes formas e cores, com prazo de entrega em poucos dias. O governo precisa baixar as taxas de importação para melhor atender a população. O próprio Steve Jobs já declarou que o Brasil tem taxas malucas e por isto nunca quis investir em lojas próprias da marca. E ele parece correto. Tudo indica que realmente temos uma economia maluca. Mas tem muita gente séria querendo levar uma vida saudável à sério e precisando de equipamentos sofisticados e mais acessíveis. Caso contrário, fica estes guetos de gente com muita grana vivendo em seus "resorts", paraísos, clubinhos particulares de alta tecnologia. Sustentando uma competição que não tem nada a ver com o real espírito de competição do esporte. Enquanto milhões de pessoas ficam só no comercial, "gozando com o pau dos outros", como diz um amigo meu. E a tecnologia - cujo dna é facilitar a vida do homem - acaba tornando tudo muito mais complicado. Eis a vida moderna ... que segue cada vez mais complicada aos seres comuns.

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