segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Paul Celan




CRISTAL
Não procura nos meus lábios tua boca,
não diante da porta o forasteiro,
não no olho a lágrima.
Sete noites acima caminha o vermelho ao vermelho,
sete corações abaixo bate a mão à porta,
sete rosas mais tarde rumoreja a fonte.
(tradução: Claudia Cavalcanti)

DO AZUL que ainda busca seu rosto, sou o primeiro a beber.
Vejo e bebo de teu rastro:
Deslizas pelos meus dedos, pérolas, e cresces!
Cresces como todos os esquecidos
Deslizas: o granizo negro da melancolia
Cai num lenço, todo branco pelo aceno de despedida.
(tradução: Claudia Cavalcanti)

DISTÂNCIAS
Olho no olho, no frio,
deixa-nos também começar assim:
juntos
deixa-nos respirar o véu
que nos esconde um do outro,
quando a noite se dispõe a medir
o que ainda falta chegar
de cada forma que ela toma
para cada forma
que ela a nós dois emprestou.
(tradução: Claudia Cavalcanti)

ERRÁTICO
As noites se fixam
sob teu olho. As sílabas re-
colhidas pelos lábios — belo,
silencioso círculo —
ajudam a estrela rastejante
em seu centro. A pedra,
um dia perto da fronte, abre-se aqui:
ante todos os
espalhados
sóis, alma,
estavas, no éter.
(tradução: Claudia Cavalcanti)

QUANDO ME ABANDONEI EM TI,
eras pensamento,
algo
murmura entre nós dois:
do mundo a primeira
das últimas
asas,
em mim cresce
a pele sobre
tempestuosa
boca, tu não chegas até ti.
(tradução: Claudia Cavalcanti)

COMO TE EXTINGUES em mim:
ainda no último
e gasto
nó de ar
estás lá com uma
faísca
de vida.
(tradução: Claudia Cavalcanti)

Um comentário:

Unknown disse...

holaaaaaa
humberto


saludoss
de chile!!!

desde el domingo
de mexico!!!!


abrazo

.h.h