Pink Floyd foi pra mim uma referência musical na minha adolescência. Eu sempre gostei de solos longos de guitarras, e de teclados esquisitos. Ouvia The Doors pela melancolia da vóz de Jim Morrison, assim como, seu estilo de vida, sua insatisfação com o mundo, sua poesia. Os teclados minimalistas de Doors eram incríveis. Outra banda que muito admirava foi Led Zeppelin. No entanto, ouvia Led mais pelo peso de uma banda de hard rock, da impressionante vóz de Robert Plant e o estilo de tocar de Jimmy Page. Destas bandas, poucas ousaram tanto com imagens da maneira como Pink Floyd fizera. Os clipes do Pink, sempre surrealistas, me traziam inúmeras interpretações. Estas bandas todas passaram por uma fase em que as drogas, o álcool e o cigarro eram coisas muito próximas. Principalmente, as experiências com drogas. E nos anos 70´s, o que pegava era o LSD. Estes vídeos surreais mais parecem uma viagem. Destas alucinações perturbadoras, que mais parecem uma bad trip, podem ter dado inúmeras inspirações tanto para letras, músicas, quanto experimentos cinematrográficos. Talvez, e certamente, até a moda revisou-se por conta dos estilos dos músicos e seus fãs. Imagens como vistas nos vídeos das tais bandas dizem muita coisa. É instigante imaginar como o cérebro humano funciona quando estamos sóbrios e quando se está sob efeito de algum alucinógeno ou algo que mude as sensações fisiológicas, mentais e psicológicas. Seriam as tais substancias psicoativas. Pra mim, ainda muito jovem, eram novidades bem vindas estas informações. As bandas, os vídeos, as diferentes gerações que elas representavam. Depois, vieram estilos muito mais simples e práticos como os punks, o grunge, o indie rock, dentre outros. Como não tinha mais alternativa para procurar tantas bandas de hard core ou de rock progressivo, acabei encontrando uma escora no Jazz. E não parei mais. Destas experiências sonoras todas, creio que o estilo de música que atualmente tenho ouvido mais está no eletrônico e ainda no Jazz. Estou numa fase muito instrumental e não tenho tido muita paciência para vozes. O rock parece igual nos últimos anos. O jazz vez ou outra tem umas misturas interessantes. E o eletrônico, raras vezes, pode cativar. De todos, a música eletrônica tem sido a mais comercial e ao mesmo tempo pobre de que tenho tido contato. Digo pobre porque de tão simples e banal, o que mais pode-se dizer ? Pra quem ouve erudito e clásssico, seria inconcebível aceitar a música eletrônica. E não estou falando deste tipo de eletrônico comercial que muito se ouve nas rádios FM´s. Mas do som experimental, não comercial, mais seletivo. Bom, estes dias passei ouvindo os discos do Four Tet, com ritmos que remetem a infância, adolescência e fases mais complexas e adultas. Temas diversos, ora densos e ora simples, cuja maioria das músicas são instrumentais. Depois, não satisfeito, revisei coisas do Cut Chemist. Outro grupo interessante. Que muito poderia estar presente em trilhas de filmes e até teatro. E aviso, não são bandas de eletrônico puramente, como dj´s "fazendo festas" com suas pin up´s. São músicos, que utilizam elementos do jazz, do samba, do eletrônico e até do rock para criar seus estilos e sonoridades. Daí, fazerem discos diferentes, criativos, simpáticos torna-se algo interessante para muitos consumidores. No final destas experiências, de pesquisas em acervos próprios por estes dias, tive a sensação de que não existirão mais bandas como Pink Floyd, The Doors, Led Zepelin, Queen. Por mais que procuremos identidades similares. Pode ser que existam novos Nirvanas, novos Gun´s, novas tantas coisas. O legado das bandas antigas dará o recado e inspiração à muitos. A arte que quanto mais envelhece fica mais interessante. E o mundo caminha, gira, muda, é a vida passando. E o cenário reduzindo, quase ao pó. Para um dia, quem sabe, brotar algo mais forte, ressurgindo das cinzas. E estilhaçando-se ... como explosivos. Por que é isto que a música deve ser. Tanto pode tocar a sensibilidade quanto incomodar.
Letra e tradução aqui : http://letras.terra.com.br/pink-floyd/92988/traducao.html
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