quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Anticristo, by Lars Von Trier.


Ah, sim. Agora, sim. Claro que agora sim. Depois de ler o que Nazarian escreveu no blog dele, a minha mente abriu um pouco mais. Tem uma semana que eu também assisti a mais nova cria do Lars. Diga-se de passagem, belíssimas fotografias, o filme começa lento, poético, até a metade é tolerável. Depois, tive a impressão de estar sufocando a cada minuto. Quase desistindo da tortura filmica. Mas a história é tão boa, a construção do filme, as soluções, que te prende de uma tal maneira. Saí com a sensação de ter visto um novo conceito. É isto, o diretor comprovadamente (dito pelo próprio) teve as idéias das cenas e do roteiro durante um tratamento barra-pesada de depressão ao qual submeteu-se. E a construção do filme deu forças para continuar sua jornada. E AntiCristo é uma espécie de contra-mão, "a natureza é a igreja de Satã", uma antítese, o homem representando uma entidade e a mulher outra. Uma disputa ? Talvez. Não pensei em Freud ou Jung para chegar a interpretar tais sonhos de Lars e como criou todas aquelas cenas incríveis. Até seria pretenção minha. Imaginem só, não entendo nem a minha mente, que dirá de um gênio! Das cenas, sejam horríveis ou belas, assustadoras ou contemplativas, o fato é que o filme realmente já nasce como clássico deste gênero. E que gênero ? Talvez, eu também concordo que seja um filme de terror, mas muito diferente. Eu ainda arriscaria acreditar que, assim como as telas da série "Carretéis" do pintor Iberê Camargo sejam instrumento de estudo de inúmeros psicanalistas, talvez, este filme do Lars poderá correr o risco de tornar-se um clichê por conta de virar estudo de psicanálise. Tentar entender vários significados ali. Sejam respaudados em teses junguianas ou freudianas. O fato é que o filme choca e convence. Vale a pena ver, mesmo que com medo ou pavor a cenas chocantes. Lars é obrigatório. E os atores mandaram muito bem. Muito bom.

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