quarta-feira, 9 de setembro de 2009

São Paulo --> onde o irreal acontece.

aqui --> http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u621011.shtml



Os franceses tem uma palavra muito comum, que seria algo como "irreal". Pois é, hoje foi um dia irreal. Pra não dizer surreal. Saí de casa depois do "dilúvio" número 1. Sim, aquela pancada de chuva por volta de 8 da manhã. Por volta de 9:30, ainda na 23 de Maio, resolvi parar num posto de Gasolina próximo da IBM, Tutóia. Voltei pro transito por volta de 10:30. Fui chegar no tùnel JK eram 11:30. Dalí até a Marginal Pinheiros já eram 12:40. Da ponte Cidade Jardim até o cebolão (sentido Castelo Branco) eu levei cerca de 3 horas. Imagina? Pois é, o transito estava interditado pela CET. Olhando pro Rio Pinheiros, além de muito lixo, ratões tentavam não morrer afogados, ficando protegidos em pequenas ilhas. Quando cheguei na ponte da altura do Ceagesp, havia uma pequena favelinha formando embaixo da ponte. A última ponte de acesso ao Cebolão. Alguns dias atrás, só havia um barraco, agora somam-se 9 barracos. De dentro daqueles barracos, saiam filhotes de cães vira-latas, muitos. Como o vidro do carro estava aberto, eu percebi choros de crianças. Fiquei imaginando qual o tipo de água elas bebem, com o que as comidas são cozidas e que tipo de comida. Na beira do rio, algumas roupas estavam separadas, como se estivessem "lavadas". Uma cidade tão rica como São Paulo, é "irreal" acreditar que pessoas vivem desta forma. É uma vida que creio eu ninguém queria ter. Ao mesmo tempo que a sociedade não tem culpa, ela tem. Pois, convivemos e coexistimos com este caus e com todos estes problemas. Pessoas chegam a todo momento em São Paulo, em busca de emprego, melhor qualidade de vida imaginando que ganha-se mais e vive-se melhor. Ledo engano. Por um outro lado, o raciocínio até que faz sentido : quanto mais as pessoas sobem na pirâmide social, alguém tem que vir debaixo fazendo o trabalho sujo que ninguém quer fazer : lavar vasos sanitários, desentupí-los, catar lixos, entulhos, desentupir redes de esgotos, por o asfalto nas pistas, tapar buracos, catar entulhos, limpar ruas, e por aí vai. É o sub-emprego, de vidas que vivem num patamar de sub-nutrição, analfabetismo, de vidas extremamente inferiores aos padrões mínimos. Não tem como imaginar no futuro de crianças que crescem em lares extremamente pobres. Como esta mão-de-obra barata que estava comentando tem uma demanda muito grande nas grandes cidades, elas acabam por gerar uma espécie de especulação. Que cria estes sub-empregos. Por um outro lado, existe o mercado negro, da pirataria, que gera milhares de empregos indiretos. Se é que podemos dizer assim. Creio que tudo isto somado ao fato da pobreza que domina o país, o analfabetismo, a ignorancia, ainda existe o fenômeno do êxodo, das migrações do interior para as grandes cidades. E o aumento das favelas só pode ser por conta destas "falsas demandas", do crescimento exagerado das famílias, sem controles de natalidade, sem planejamentos. O que eu vi debaixo da ponte, por conta do transito congestionado, nada mais é do que o desmazelo das autoridades e desta sociedade de consumo, sociedade do espetáculo. O que o Paulistano viu hoje foi uma cidade caótica. Muito diferente daquela cidade do carnaval, cidade da São Silvestre, das festas na Avenida Paulista. O caos de hoje é um sinal de que a Cidade de São Paulo está muito longe de ser a cidade do espetáculo, da tão enorme busca pela qualidade de vida, aonde o tempo joga à favor das pessoas. A qualidade de vida, donde ver o pôr do sol, a brisa da manhã, aquelas primeiras horas do dia reservadas para pratica do esporte junto a natureza, correr na Praia, sentir o aroma das árvores, este tipo de vida consegue-se quem vive nas cidades litorâneas de São Paulo. Na Capital, o que vimos hoje também é fruto da incompetência, de um Estado onde poucos estão habilitados a administrá-lo com competência. Saí de casa porque a NET estava falhando em meu ponto e não conseguia conectar no escritório pela internet. Frustrado, caí na armadilha de um transito donde fiquei 6 horas parado. Tudo porque queria chegar no escritório para não perder o dia. Uma vez não tinha previsão para que a internet voltasse a funcionar em casa. Na cidade caótica, uma simples falha da NET ou de telefonia, pode ocasionar inúmeros prejuízos aos usuários. E quem é que vai pagar por isto ? Pensem e respondam depois. Ouçam a música do Ultraje que postei acima, porque eu também quando ficar rico só irei andar de Táxi. Ou melhor, Táxi aéreo. Porque tudo isto que vi hoje foi ultrajante. Um abraço.

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