quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Eternamente Satyriano
Eis uma das peças teatrais mais belas que pude ver. "Inocência" teve estréia em 2006, no espaço dos Satyros 1, durante as Satyrianas. O texto sublime e apaixonante é da competente dramaturga alemã Dea Loher, de que sou fã. A peça conta com um elenco magistral. Cuja participação de Ivam Cabral e Cléo De Páris são inesquecíveis pela tamanha dedicação com aqueles teus personagens. A direção, adaptação e tradução tem o peso de Rodolfo Vásquez, que não brinca em serviço. É um texto que fala da solidão humana, deste vazio que vivemos nas grandes cidades. Cujos personagens e histórias nos fazem mergulhar nesta profundeza da vida e olhar um pouco mais o que não é tão óbvio. O que nos faz refletir sobre nós mesmos, sobre as condições diversas que uma cidade grande impõe àqueles inocentes seres marginalizados pela opressão. E, por que não, olhar as cenas da vida por detrás das cortinas de fumaça que tanto nos impede de vivenciá-las. E das histórias contadas, impossível ninguém identificar com algo semelhante. Eu tive momentos em que me contive em emoção, chorando por dentro, para não atrapalhar aos colegas da platéia. Tamanha realidade com que os fatos imprimiram em mim, revirando coisas e fazendo recordar de algumas experiências que já pude viver. A montagem é bastante sofisticada, com algumas projeções. Idem para trilha sonora e iluminação. Poço afirmar com veemência que esta peça é uma das minhas preferidas entre tantas que já pude ver. Por isto e muito mais que não deixo de conferir a programação deste Teatro dos Satyros e acompanhar ao máximo do que conseguir dos espetáculos exibidos. Raríssimos lugares, em diversas cidades que conheci, podem trazer tamanha variedade e qualidade de peças como este grupo faz. Sou grato pelas experiências.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
terça-feira, 28 de agosto de 2007
The Passenger : Iggy Pop
A música é de Iggy Pop e banda, gravada em 1978. E o clipe segue com uma compilação de filmes (décadas de 50, 60 e 70) estrelados por artistas famosos. Inclusive, cenas cuja participação imortalizaram atores consagrados como Marlon Brando e James Dean.
"The Passenger" é uma música que fez tanto sucesso, atraindo atenção de diferentes bandas que realizaram covers.
Tem uma versão do "Siouxsie and the Banshees" neste clipe muito bem produzido. Uma ambiência gótica e sofisticada, vejam abaixo :
No Brasil, no início dos anos 90, a banca Capital Inicial vez uma versão desta música. Particularmente, não gosto desta versão em nada. Apesar de ter tocado exaustivamente nas rádios FM´s.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Gus Van Sant´s Last Days
"Ùltimos Dias" é um filme de Gus Van Sant e inspirado na fase final da vida de Kurt Cobain. Michael Pitt (jovem ator talentoso, reconhecido pela participação em "Os Sonhadores") interpreta o jovem problemático e genial Blake. Um personagem que é músico solitário, vivendo uma fase problemática por conta do sucesso e cercado de velhos amigos que só querem dinheiro emprestado. O filme conta sua história numa espécie de isolamento, e que o afasta do mundo. Em alguns momentos, parece que estamos diante do próprio Kurt. Em outras passagens, ficamos imaginando se aquilo realmente serviu de cenário para pôr um fim na vida dele. Existem muitas histórias sobre a morte deste ídolo de toda uma geração ( os anos 90 foram marcados por uma enorme gama de novas bandas grunges e americanas que inspiraram comportamentos dos jovens daquela época ). Talvez, Seatle seja mesmo uma cidade melancólica e triste. Porém, o que se sabe é que Kurt não suportava a pressão que vinha sofrendo por conta de contratos milionários que o obrigava a cumprir compromissos. E sua vida realmente virou um inferno. Tipo sabotagem. Destruindo seu ego e persona. Kurt foi importante também pruma nova geração de músicos e fãs. Seu estilo inigualável pra época era traduzido como pura rebeldia. Um sujeito tímido, de vóz rouca, simplesmente subia no palco e cantava músicas que falavam sobre tudo que os jovens pensavam naquela época. O fato de quebrar instrumentos no palco era um ritual de destruição e rebeldia. Como se não estivesse importando para nada daquilo. Como se tudo fosse passageiro e efêmero. Como se a vida valesse mais a pena quando vivida em outra intensidade. Era um grito de socorro, e também, de protesto. E existe tanto material que até gerou este longa-metragem. Cujo roteiro diz apenas sobre uma fase da vida deste ídolo. Eu acompanhei grande parte da trajetória da banda e pude ver o fim dela. É muito triste. No entanto, quem somos nós para fazer julgamentos. O importante é que a música fala muito mais alto. E o filme é muito bom. Uma curiosidade é que o ator Michael Pitt também canta e toca instrumentos. Não sei se isto foi ponto positivo para conseguir o papel. O fato é que Guns Van Sant não brinca em serviço e sabe escolher um cast magistral.
Bang Bang Beng
Religioso não rouba, subtrai violentamente. E diz que é trauma de guerras passadas, massacres, heranças malditas, estas coisas.
Pobre que rouba é ladrão, bandido, marginal, safado, terceiro mundo, demônio, cuzaruim dos infernos, peste bubônica (…)
Agora, famosos que roubam … Ops, falem baixo ... risos
Isto é. Ai, meu Deus. Aquela família, não … aquela ciclana ... está queimadinha que dá dó. A fulaninha ... Hummm .... hahaha ... Aquela lá .... hummmm ... hahaha
Glub!
Sua bizavó deve estar revirando-se no túmulo de mármore chique ... No mausoleu.
Psiu ! Hei, silêncio. Fala baixo. Coisa feia. Cuzaruim.
Não vou falar ... não vou falar ... Psiu, fica quieto. E boca fechada. Ih, falei ! Pronto, tudo roubado.
Pensem em vóz alta, mas ronronam baixinho. Miau miau ... Pra elite não ouvir. Entendeu ? Baixinho ... Assim : fazendo biquinho.
Diz : roubou … Psiu, calada! Coisa feia. Fala baixo. Roubou ... Cadeia. Ih, falou. Não era pra falar. Calada !
´´Tranquei a vida ... neste apartamento ... e a marcada ....
Oh, eu te amo meu amor ... Oh, eu te amo ... E o meu sangue ferve por você ...
Tranquei a vida ... neste apartamento .... e a marcada ....
Oh, eu te amo meu amor .... Oh, eu te amo ... E o meu sangue ferve por você ....
Não me convidaram Pra esta festa póbre Que os homens armaram Prá me convencer ...
Brasil! Mostra a tua cara Quero ver quem paga Prá gente ficar assim ....
Tranquei a vida ... neste apartamento ... e a marcada ....
Lua-de-Mel mam mam Mamãe Eu to em lua-de-mel Como o diabo gosta ....
Tranquei a vida ... neste apartamento ... e a marcada ...
Eu hoje represento a loucura Mais o que você quiser Tudo que você vê sair da boca De uma grande mulher Porém louca!
Eu hoje represento a loucura Mais o que você quiser Tudo que você vê sair da boca De uma grande mulher Porém louca!
Tranquei a vida ... neste apartamento ... e a marcada ....´´
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Psicose 4:48
Filha da Revolução : Psicose 4:48
Hoje, tomei coragem para ver esta peça no Satyros 2. Exatamente, porque ver as peças desta dramaturga inglesa - Sarah Kane - requer muita atenção e fôlego. E, sobretudo, coragem. Psicose 4:48 é um texto ao mesmo tempo poético e também visceral, rude, ácido. É como você levar um tropeção, cair no chão com toda força, sentir amargamente a dor, xingar com toda raiva o objeto culpado, viajar naquele sentimento por alguns instantes, chorar, levantar-se e dar uma boa gargalhada sobre “o que” o destino lhe preparou. E ir embora. Tem a culpa, a ironia, a dor, o sentimento, o arrependimento, a ingenuidade, a maldade, o sagrado, o profano, está tudo ali. E que é humano.
Eu conhecia o texto porque vi uma outra encenação desta peça lá no Sesc Belenzinho ( 2004? ), com atuação da atriz Luciana Vendramini no papel da "paciente". Anteriormente, do mesmo diretor Nelson de Sá, pude assistir uma leitura da peça no teatro Augusta. Desta vez, com o grupo curitibano, minha surpresa ficou pelo tanto que mergulhei nesta outra proposta de encenar Psicose. Porque tudo ali atrai como imã. O espaço em formato de caixa preta do “Satyros 2” ficou ainda mais claustrofóbico e, por conta da cenografia quase limpa, lhe sugere um quarto de uma clínica psiquiátrica. Ou, também, uma sala onde o médico conversa com sua paciente em estado de insanidade, loucura e momentos de lucidez.
Sarah Kane escreveu esta sua última peça antes de cometer suicídio. O título faz referência ao horário que, comumente, pessoas cometem suicídio. O número “4:48” é um trocadilho. Outra possibilidade é que somando tais números chega-se ao 16. Que é 1+6=7. Na numerologia, este número tem seus significados. Sarah faz referência principalmente ao número 7 da camisa que o jogador inglês David Beckham usava quando jogou no clube Manchester United. Era fã do jogador. Percebam quando Rosana Stávis ( estupenda atriz curitibana ) em um certo momento da peça, já ao chão, fala alguns números multiplos de 7. Eis a referência. Uma das cenas que mais gostei foi quando fala sobre o sonho em que o médico lhe deu 8 minutos de vida, depois da paciente ficar mais de 30 minutos na sala de espera. Outra referência ao universo da dramaturga é a trilha sonora composta de RadioHead, Björk, Joy Division e Sex Pistols. Rosana Stávis tem um poder de atuação e encenação impressionante. O que vemos ali é um personagem, de longe, dos mais impactantes e convincentes que já pude ver. Seu trabalho é honestíssimo tanto com o texto quanto técnicas que autenticam uma qualidade sublime de atriz e da direção. O texto tem uma poesia que na fala da atriz ganha uma dimensão ainda maior. Que tanto pode nos causar medo e angústia, quanto paixão e ódio. É comovente, dolorido, sangrento e belo! A estética, a forma, a beleza, não deixa de ser também uma obra visual, vamos montando aquele quebra-cabeça maluco da personagem, entrando no teu universo, vivendo junto à ela aqueles momentos de solidão, dor, angústia e depressão. É um universo de um ser que vive um estágio agudo da depressão, da doença e que busca muitas respostas com seus diálogos. Verdadeiros monólogos tristes. Também, traz algumas perguntas e outros momentos sugere afirmações. É uma filha da revolução. Não foi só a década de 80 que teria esta ambiência depressiva. Mesma coisa nos tempos atuais. O texto também é político e religioso. Questiona e duvida de Deus, do amor, do direito de viver dignamente. De quem não conhece muitas coisas. Exatamente pela doença, pelo fato de estar encurralada, aprisionada em tantas perguntas sem respostas. Uma das frases mais faladas pela personagem é tanto afirmação quanto pergunta. “O que você dá aos seus amigos que faz com que eles sejam tão fiéis com você ?” São as melhores perguntas que nos ensinam a encontrar boas respostas. Na vóz da personagem, tem um tom ácido ora de humor. O texto é muito sensível e claro em alguns aspectos. Em outros momentos, nos deixam com um nó na garganta. Porque ficamos sem saída nesta prisão que Sarah Kane nos coloca. É todo um universo que incomoda, introjetamos, sem tempo de piscar. E a atuação dos atores é muito natural e convincente. Num certo momento, a paciente parece dizer que é virgem. Uma futura “virgem suicida”. O que sugere o filme de Sofia Coppola lançado em 1999, ano que Sarah escreveu Psicose. Apesar de Sarah trabalhar elementos do teatro absurdo, esta direção foi cuidadosa em dar muito mais humanidade aos personagens do que, por exemplo, estereotipá-los. É uma relação médico e paciente e nada mais. Parece-me que um personagem sugere projeção do outro. Pois, é tudo tão limpo e trabalhado neste jogo de personagens. Como quando a paciente fala sobre o amor ao médico no momento em que ele vai embora da sala. Noutro, disse que amou alguém mesmo quando odiava. É um jogo que rola entre eles. Até o suicído da paciente. Sarah Kane suicidou-se com um cordão de tênis All Star enrolado ao pescoço. A paciente não aparece em cena de suicídio. Fica claro no texto falado ao final da peça, quando ela sai de cena por uma das portas. E tudo acaba. Menos nosso espanto diante de uma dramaturgia tão inteligente e universal. A peça segue em um ritmo não linear, nos deixando no final com uma sensação de que saímos de uma roda gigante ou chapéu mexicano, tontos e cheios de hematomas. Porém, é apaixonante.
Psicose 4:48 : Em cartaz no “Teatro dos Satyros 2”
Com : Marcos Damaceno Companhia de Teatro; Texto: Sarah Kane; Tradução: Laerte Mello; Direção: Marcos Damaceno; Elenco: Rosana Stavis e Marcelo Bagnara; Iluminação: Nadja Naira; Cenografia: Marcos Damaceno; Figurinos: Maureen Miranda; Sonoplastia: Vadeco.
James MacDonald escreveu: "O que ela fez foi gentil, verdadeiro e inteligente. Ela também adorou música, e um dia um … pode sentir-se impelido a escrever uma tese sobre o número de linhas nas suas peças que foram na verdade copiadas das obras de Joy Divison, dos Pixies, Ben Harper, Radiohead, Polly Harvey, dos Tindersticks, e ainda Elvis Presley. Os seus deuses do teatro eram Beckett, Pinter, Bond, Potter, mas ela escreveu directamente da sua própria experiência e do seu coração.”
"Sarah Kane nasceu em Essex, em 3 de Fevereiro de 1971. Seus pais eram jornalistas e profundamente religiosos. Ela estudou teatro na Universidade de Bristol, onde se formou. Tendo feito, depois, uma especialização em Artes (Master of Arts) na Universidade de Birmingham. Sofreu de depressão e esteve num hospital por alguns períodos de tempo, saindo e entrando regularmente. Uma tentativa de suicídio com comprimidos para dormir não foi sucedida. Porém, alguns dias depois, em 20 de Fevereiro de 1999, Sarah Kane enforcou-se no hospital onde estava realizando tratamentos."
_Umberto.Alitto
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
sábado, 18 de agosto de 2007
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Noite
Tú não me desejastes Mas eu te quero O vaso A luz da lamparina acessa A falta de você A lembrança permanece apesar da luz que bate nas pupilas Danço com o som da vitrola E eu te queria tanto O silêncio aritmético faz par com a cena bucólica destas imagens refletidas nas paredes manchadas de tintas velhas O elevador resmunga mais uma vez E não era sua presença que bateria em minha porta Novamente, fez-se noite a dentro Você não veio e (...) O vaso A luz da lamparina acessa O som da vitrola
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Russian Ark
Arca Russa ( Aleksandr Sokurov )
Sinópse : "A história da Rússia do século 18 ao 21, através da excursão de um cineasta e um diplomata."
Levaram-se meses por uma espera que valeu à pena. Finalmente, recebi a encomenda deste DVD. Somente pela atuação do estupendo Sergei Dontsov ( o "Estranho" ) já vale boa parte do filme. O filme foi rodado em um plano sequência único, que dura aproximadamente 95 minutos. O cineasta vai com sua câmera atravessando 35 salas do Museu Hermitage, em São Petersburgo. E tudo foi rodado em um dia apenas. Imaginem o trabalho dos atores para estarem prontos durante o momento da filmagem. Uma vez que o roteiro conta a história de 3 gerações ou 3 séculos do Museu. Fica nítido na história como Sokurov retrata a sociedade de época. Do luxo da aristocracia e militares na transição do século 19 para o século 20. E a modernidade presente no Museu, por parte dos turistas oriundos do nosso século. É um filme que encanta pela técnica, pela beleza temática e pelo roteiro. Uma obra-prima do cinema. Vi este filme em 2003, durante a Mostra de Cinema de São Paulo. Depois, houveram algumas sessões na Cinemateca. E nunca mais se falou nele. Creio que seja muito caro, difícil e burocrático trazer uma projeção deste nível para São Paulo. Então, o jeito é contentar com o DVD.
_Umberto.Alitto
Vejam o vídeo aqui :
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Marilyn Manson em São Paulo
Data:
26 de setembro
Horário: 22h
Local : Via Funchal / Vila Olímpia/São Paulo
Discografia
1994 - Portrait of an AmericanFamily
1995 - Smells Like Children1996 - Antichrist Superstar
1998 - Mechanical Animal
1999 - The Last Tour on Earth (live)
2000 - Holy Wood (In The Shadow of the Valley of Death
2003 - The Golden Age of Grotesque
2004 - Lest We Forget (The Best Of)
2007 - Eat Me, Drink Me
Faculdade de perceber
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
terça-feira, 7 de agosto de 2007
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Kings of Leon
Evanescence - "My Immortal"
Eu fui ao show do Evanescence. Acreditem. Na entrada, um grupo de "evangélicos" tentavam chamar a atenção dos jovens que vestiam igual ou semelhante a líder da banda. Que sejam novos góticos ou neo-gothics. Tantos nomes que a gente até fica perdido dentre tantas referências. Os evangélicos faziam "evangelização". Com bíblias em punho e orações. Alguns, com violões, cantarolavam músicas evangélicas. Outros, diziam coisas absurdas sobre a banda. Inclusive, das referências e incentivo ao uso de drogas e, pasmem, suicídio. Eu fico grilado com tantas pessoas opnando sobre a vida alheia. Décadas atrás, Nelson Rodrigues fazia muito bem uma crítica social sobre os costumes da época. E ainda reflito sobre o quanto Nelson Rodrigues continua atual, continua no topo da dramaturgia brasileira. E escrevia como poucos aqui no Brasil e, quiçá, no mundo. Mas Nelson era diferente, criava personagens e textos e nos ensinava coisas. Era um olhar muito próximo desta alma brasileira, dos nossos costumes de época. Voltando ao assunto do "por o dedo na ferida alheia". É muito estranho. Uma banda pode tanto escrever absurdos quanto realidades. Pode ser lúdica, realista, falsa ou verdadeira. E ainda politizada. Entretanto, a arte existe para propôr infinitas coisas. É criação, é invenção, é poesia e música. Eu não presto muita atenção nas letras. O que interessa, muitas vezes, é o som e a melodia. Me apego muito mais nisto. Não se pode considerar, muitas vezes, as culturas externas a nossa como referência. Pois, cada povo e cada cultura tem sua forma peculiar de pensar sobre determinadas idéias. A filosofia mesmo propõe isto. Propõe o pensar, o criar um conceito. A filosofia tem como função criar pensamentos, idéias, conceitos. É questionar sempre. E um filósofo é isto, um criador de conceitos. É evolução. Sempre. E a arte, de certa maneira, dialoga com muitos pensamentos. Separadamente de temas como religião e política. Pode haver diálogos, cruzamentos entre certos temas. Eu jamais misturo religião com arte ou música. Se existe tal paralelo, tento compreender o que um artista nos diz sobre este exercício. Nunca tento criticar ou imbuir sobre um radicalismo à ponto de matar uma idéia. Eu entendo Evanescence. E compreendo tantas manifestações de tantos movimentos jovens. É muito complexo falar disto aqui. Assim como, fazer evangalizações num show qualquer de rock que seja. Ninguém é obrigado a nada, a acreditar em nada, a seguir absolutamente qualquer coisa. Por isto, temos de ter um pensamento livre, para libertarmos de tantas coisas. Agora, quem procura algo é porque quer, porque gosta. Não acredito na ingenuidade do ponto de vista da falta de conhecimento. Em um mundo tão sofisticado e com tantos acessos, basta querer entender um pouquinho. Vai lá, pesquisa, estuda mais um pouco, lê um pouco mais. Faz este mergulho. E acredite, o entretenimento é também uma forma de diversão. De ver o mundo passar. De aproveitar uma fase da vida. Pois, tudo muda. O tempo todo. Hoje, somos algo que não terá semelhanças no amanhã. Nós mudamos o tempo inteiro. Só não percebe quem não quer.