segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Evanescence - "My Immortal"



Eu fui ao show do Evanescence. Acreditem. Na entrada, um grupo de "evangélicos" tentavam chamar a atenção dos jovens que vestiam igual ou semelhante a líder da banda. Que sejam novos góticos ou neo-gothics. Tantos nomes que a gente até fica perdido dentre tantas referências. Os evangélicos faziam "evangelização". Com bíblias em punho e orações. Alguns, com violões, cantarolavam músicas evangélicas. Outros, diziam coisas absurdas sobre a banda. Inclusive, das referências e incentivo ao uso de drogas e, pasmem, suicídio. Eu fico grilado com tantas pessoas opnando sobre a vida alheia. Décadas atrás, Nelson Rodrigues fazia muito bem uma crítica social sobre os costumes da época. E ainda reflito sobre o quanto Nelson Rodrigues continua atual, continua no topo da dramaturgia brasileira. E escrevia como poucos aqui no Brasil e, quiçá, no mundo. Mas Nelson era diferente, criava personagens e textos e nos ensinava coisas. Era um olhar muito próximo desta alma brasileira, dos nossos costumes de época. Voltando ao assunto do "por o dedo na ferida alheia". É muito estranho. Uma banda pode tanto escrever absurdos quanto realidades. Pode ser lúdica, realista, falsa ou verdadeira. E ainda politizada. Entretanto, a arte existe para propôr infinitas coisas. É criação, é invenção, é poesia e música. Eu não presto muita atenção nas letras. O que interessa, muitas vezes, é o som e a melodia. Me apego muito mais nisto. Não se pode considerar, muitas vezes, as culturas externas a nossa como referência. Pois, cada povo e cada cultura tem sua forma peculiar de pensar sobre determinadas idéias. A filosofia mesmo propõe isto. Propõe o pensar, o criar um conceito. A filosofia tem como função criar pensamentos, idéias, conceitos. É questionar sempre. E um filósofo é isto, um criador de conceitos. É evolução. Sempre. E a arte, de certa maneira, dialoga com muitos pensamentos. Separadamente de temas como religião e política. Pode haver diálogos, cruzamentos entre certos temas. Eu jamais misturo religião com arte ou música. Se existe tal paralelo, tento compreender o que um artista nos diz sobre este exercício. Nunca tento criticar ou imbuir sobre um radicalismo à ponto de matar uma idéia. Eu entendo Evanescence. E compreendo tantas manifestações de tantos movimentos jovens. É muito complexo falar disto aqui. Assim como, fazer evangalizações num show qualquer de rock que seja. Ninguém é obrigado a nada, a acreditar em nada, a seguir absolutamente qualquer coisa. Por isto, temos de ter um pensamento livre, para libertarmos de tantas coisas. Agora, quem procura algo é porque quer, porque gosta. Não acredito na ingenuidade do ponto de vista da falta de conhecimento. Em um mundo tão sofisticado e com tantos acessos, basta querer entender um pouquinho. Vai lá, pesquisa, estuda mais um pouco, lê um pouco mais. Faz este mergulho. E acredite, o entretenimento é também uma forma de diversão. De ver o mundo passar. De aproveitar uma fase da vida. Pois, tudo muda. O tempo todo. Hoje, somos algo que não terá semelhanças no amanhã. Nós mudamos o tempo inteiro. Só não percebe quem não quer.

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