quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Eternamente Satyriano



Eis uma das peças teatrais mais belas que pude ver. "Inocência" teve estréia em 2006, no espaço dos Satyros 1, durante as Satyrianas. O texto sublime e apaixonante é da competente dramaturga alemã Dea Loher, de que sou fã. A peça conta com um elenco magistral. Cuja participação de Ivam Cabral e Cléo De Páris são inesquecíveis pela tamanha dedicação com aqueles teus personagens. A direção, adaptação e tradução tem o peso de Rodolfo Vásquez, que não brinca em serviço. É um texto que fala da solidão humana, deste vazio que vivemos nas grandes cidades. Cujos personagens e histórias nos fazem mergulhar nesta profundeza da vida e olhar um pouco mais o que não é tão óbvio. O que nos faz refletir sobre nós mesmos, sobre as condições diversas que uma cidade grande impõe àqueles inocentes seres marginalizados pela opressão. E, por que não, olhar as cenas da vida por detrás das cortinas de fumaça que tanto nos impede de vivenciá-las. E das histórias contadas, impossível ninguém identificar com algo semelhante. Eu tive momentos em que me contive em emoção, chorando por dentro, para não atrapalhar aos colegas da platéia. Tamanha realidade com que os fatos imprimiram em mim, revirando coisas e fazendo recordar de algumas experiências que já pude viver. A montagem é bastante sofisticada, com algumas projeções. Idem para trilha sonora e iluminação. Poço afirmar com veemência que esta peça é uma das minhas preferidas entre tantas que já pude ver. Por isto e muito mais que não deixo de conferir a programação deste Teatro dos Satyros e acompanhar ao máximo do que conseguir dos espetáculos exibidos. Raríssimos lugares, em diversas cidades que conheci, podem trazer tamanha variedade e qualidade de peças como este grupo faz. Sou grato pelas experiências.

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