sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009





A cada dia, parece que o transito nesta cidade piora. Se ao menos os motoristas não fossem tão desesperados (isto é, abusados), as coisas poderiam ser melhores. Acontece que o número de veículos aumentou, a velocidade diminuiu (há cerca de 10 anos atrás, andava-se muito melhor em São Paulo e não tinha tanta burocracia, impedimentos e afins) e o stress aumentou. É fila pra tudo quanto é lado, é congestionamento em qualquer horário do dia. Quinta-feira, como é meu rodízio, resolvi sair mais tarde. E olha o transito que enfrentei na marginal Pinheiros sentido Morumbi. Tudo por conta de um acidente de transito envolvendo uma moto e um carro. Foi o caos passar cerca de meia-hora pra fazer menos de 4 kilômetros de estrada. Isto porque o transito estava lento desde o túnel da JK. Não existem mais desculpas. A gente chega atrasado no trabalho e não tem mais o que dizer. Outra semana, sai de casa às 5:50 da manhã para driblar o rodízio e chegar mais cedo no escritório. Acontece que por volta de 6:25 peguei um super congestionamento na 23 de Maio que arrastou até depois do túnel Airton Senna. Acabou que eram 7:05 e eu nem tinha chego na porta do escritório. Alguns dias depois, a CET me multou por circular neste dia durante o rodízio pelo centro extendido da capital. Agora, preciso justificar que por conta de um acidente que não estava nos meus planos causou todo este meu infeliz atraso. Se não aceitarem a desculpa, terei de pagar multa de transito. É assim que se tornou a vida na cidade grande. Hoje em dia, ter carro virou dor de cabeça. Meu sonho de dirigir um porsche a 200 por hora - como fazia James Dean - foi por água abaixo. Na época dele, era comum andar a mil pela costa da Califórnia. Pois é. Atualmente, não ando tendo tesão nem de dirigir uma bicicleta ou andar de skate. Quiçá de carro. Já pensei em moto, porém, em SP nem à pé é seguro mais. Antigamente, eu tinha esperanças de uma civilização moderna (não como os Jetsons), onde a tolerancia e o respeito fossem naturais ao meio civilizatório. Com o tempo, vejo os Jetsons como pura representação de uma década cinquentista perdida lá atrás, que apenas jogava cortina de fumaça (tecnologias futuristas) num comportamento de época (o mesmo Pai reacionário e controlador levando a família para compras e a mesma Mãe dedicada e dona-de-casa submissa a uma realidade imposta pelos padrões de comportamento daquele tempo). Não, o transito dos Jetsons também são desorganizados. Não, eu não queria viver na cidade dos Jetsons e nem morar naquele arranha-céus. Para isto, prefiro morar no Copam no centro de SP e ter todo barulho e poluição possível em volta, cercado de stress e de gente mal educada. O que ganhamos com a globalização, com as facilidades em comprar, com as demandas cada vez maiores por consumo ? Ganhamos uma sociedade do espetáculo, uma vida massificante, cercada de status e poder, mas que também promove injustiças de todo tipo. Um dia teremos um líder maior, mas ainda não acredito que este líder possa existir. Calígola eu vi na peça recente que terminou no Sesc Pinheiros e adorei. Mas calígola foi apenas um sub-texto para Camus filosoficamente discursar sobre uma nova era. Entramos no século 21 meu bem! E agora ? Agora, veja, tudo isto presente é apenas o começo, o início, temos de adaptar ou cair fora. Não tem mais volta. Que pena. Olhar o futuro e sangrar no presente ? Cada um segue seu caminho, bem ou mal. Não importa se você ganhe o teu pão dando cambalhotas, usando milhumas mágicas e truques, cada dia será mais difícil que o anterior e assim caminha a humanidade. Triste. Porém, é a realidade. E não estou exagerando. Ou estou?

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