sexta-feira, 6 de julho de 2007



Marie Antoinette

Com certeza, é um filme teen retratado épocas atrás. Ambientado na França do século 17, Maria Antonieta quer imprimir a juventude de uma jovem austríaca ( Kirsten Dunst - a mesma de "As Virgens Suicidas" ) forçada a casar-se com um futuro Rei francês ( Jason Schwartzman - um ator desconhecido e sem sal ). A filhota do Coppolão passou muito tempo de sua vida dedicada na idéia de um dia fazer este filme. Logo, nossas espectativas vão na lua quando se trata de gente talentosíssima colocando o peso da caneta no papel. Isto é, nas telas. O filme tem um rítmo lento, e põe lento nisto. O que dá um ar poético, leve, sutil, pra contar a tragetória da futura Rainha. É um filme belo, tem belíssimas locações, lindos cavalos brancos, um figurino invejável ( não achei tão luxuoso quanto falaram. Acho que Copollinha poderia exagerar mais no luxo - só pra esnobar mais um pouco daquelas locações ). Entretanto, não gostei da fotografia. A trilha sonora é boa, vai de Air a New Order, muito moderninha e variável e não tem Madonna, como disseram. Entretanto, Sofia quer nos dizer da história, do quanto foi difícil pra Maria Antonieta assumir aquele imenso abacaxi que seria a coroa francesa. Sair da adolescência daquela maneira e assumir uma responsabilidade nas costas. Tornar-se Rainha. Em um período de miséria pro povo francês, numa época de guerras e revoluções, o que poderia sobrar pruma jovem senão suportar o peso da ignorância daquele povo ? E pagar por isto ? Ela vive neste filme boa parte de sua juventude deslumbrada, para poucos anos depois, amadurecer suas convicções. Já rainha não teve muito tempo. O filme termina exatamente em uma fuga. Eu entendi que o filme trata desta delicadesa e rebeldia da juventude ora aniquilada pela truculência da vida adulta de alguém com título de Raínha. Sofia Coppola quer falar deste estar ausente sendo presente. Do deslocamento. Do estar-se deslocado. É assim. Dizem que a França não mudou nada. Do xenofobismo. Deste expurgamento das impurezas. Dos costumes, das idéias, do nascer ao morrer. Daquilo que um estrangeiro sente na pele estando lá. Por isto, Cannes ficou tão inflamada com seus franceses ao verem este filme. Não aceitar a visão de um ianque. Mas é isto. Um filme leve. Dos três filmes de Sofia, imagino que este tem uma leveza da narrativa, como as coisas vão acontecendo, mas uma conotação muito forte, um sub-texto muito forte. Os outros dois anteriores vemos claramente as situações e propósitos. Este está mais mascarado. Não é uma história de época, como ela foi. É uma livre adaptação. Nada deste filme pode ser verdade ou mentira. Aliás, tem mais da mentira. A única coisa que vemos claramente é um filme que comenta a história de uma jovem, que poderia ser uma patricinha ou uma futura raínha jovem. O tema é a juventude perdida, a liberdade que é tirada a força, e a melancolia por assumir responsabilidades. Será este o mundo atual ? Sim. Isto está acontecendo em todo lugar.

Um comentário:

Anderson Matos disse...

Ola, parabens pelo Blog, lindas fotos e imagens. Muito bacana mesmo.
Parabens